Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 1 de julho de 2025
PORTO VELHO-RO: O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por unanimidade, a condenação do ex-sargento da Polícia Militar de Rondônia, William Ferreira da Silva, popularmente conhecido como “Homem do Tempo”, a 14 anos de prisão em regime fechado. A decisão foi tomada após uma análise de dez dias em plenário virtual e divulgada no fim da noite desta segunda-feira (30).
Participação em atos de 8 de janeiro
William foi considerado culpado por ter atuado de forma ativa nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Segundo os autos do processo, ele integrou um grupo que, de maneira organizada e armada, tentou derrubar o governo democraticamente eleito e atacar as instituições da República.
Entre os crimes pelos quais foi condenado estão:
• Associação criminosa armada
• Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
• Tentativa de golpe de Estado
• Dano qualificado ao patrimônio público e tombado
Desdobramentos do julgamento
A Procuradoria-Geral da República apontou que William não apenas participou das invasões ao Congresso e ao STF, como também incentivou os atos através de transmissões ao vivo — comportamento considerado de destaque na mobilização dos invasores. A pena foi fixada sem direito a progressão imediata, dada a gravidade dos delitos.
Trajetória e perfil
Natural de Rondônia, William construiu notoriedade como comunicador digital, abordando temas meteorológicos e de segurança pública. Nas eleições de 2022, tentou uma vaga como deputado estadual. Em janeiro de 2023, foi preso preventivamente após difundir imagens dos ataques em tempo real. Posteriormente, chegou a cumprir parte da pena em hospital, sob monitoramento eletrônico, medida agora revogada.
Condenações continuam
A sentença faz parte de uma série de julgamentos realizados pelo STF desde os eventos de janeiro. Somente em duas sessões virtuais recentes, foram mais de 40 novas condenações, reforçando o posicionamento da Corte na defesa da ordem constitucional e da democracia.