PORTO VELHO-RO: O futuro da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) parece traçado: a privatização deixou de ser hipótese e tornou-se questão de tempo. Fontes próximas ao governo asseguram que o governador Marcos Rocha já tomou a decisão, e o processo aguarda apenas o aval do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para avançar.

Por enquanto, o tema ainda é tratado pelo TCE que analisa cada detalhe da licitação, que poderá ser lançada nos próximos meses – ainda que a expectativa inicial fosse novembro, o prazo deve ser estendido para que todas as etapas técnicas sejam concluídas.

A história da Caerd explica por que a privatização se tornou inevitável. A companhia, que por anos foi um verdadeiro “cabide de empregos”, chegou a acumular quase um bilhão de reais em dívidas. O quadro se agravou na gestão compartilhada implantada no governo de Ivo Cassol, quando dirigentes ligados ao Sindicato dos Urbanitários assumiram postos-chave e teriam elevado seus próprios salários. A decisão pesou no caixa da empresa e os valores nunca foram revertidos.

Nesse período, a Caerd foi condenada à insolvência. O sucateamento dos sistemas de captação comprometeu a qualidade da água distribuída, e a falta de recursos para investimentos travava qualquer possibilidade de melhoria.

Caso o TCE decida, as estimativas indicam que a venda pode alcançar até R$ 3 bilhões, o suficiente para quitar as dívidas históricas e ainda gerar receita para os cofres públicos.

Nos bastidores, comenta-se que já existe um grupo de grande porte interessado na aquisição. Caso se confirme, a privatização abrangerá não só Porto Velho, mas todos os municípios atendidos pela Caerd. Em Ariquemes e Jaru, por exemplo, os serviços já são privatizados.

Para a população, resta acompanhar de perto: a promessa é de investimentos, maior eficiência e água de melhor qualidade. Mas, como toda mudança desse porte, o resultado só será medido com o tempo.