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    porto velho, quarta-feira 22 de outubro de 2025

“Os embargos massacram o produtor de Rondônia”, diz presidente da Faperon

Ele foi o convidado desta terça-feira (21) do programa A Voz do Povo


Redação

Publicada em: 22/10/2025 10:37:26 - Atualizado

PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta terça-feira (21) recebeu o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), Hélio Dias, para falar sobre a realidade dos produtores rurais e as ações desenvolvidas pela entidade.

Logo no início da entrevista, Hélio Dias destacou os problemas enfrentados pelos produtores em decorrência da série de embargos ambientais aplicados em diversas regiões do estado.

“A questão dos embargos através dos órgãos de fiscalização ambiental é uma das piores coisas que um produtor rural pode enfrentar, pois se trata de uma abordagem que muitas vezes impõe multas de altos valores, prejudicando o avanço da produção rural com consequências comerciais e financeiras pesadas”, afirmou Hélio Dias.

Segundo ele, quase 30% das áreas rurais em Rondônia estão sob algum tipo de embargo ambiental, o que preocupa o setor. O presidente ainda anunciou que a Comissão de Agricultura do Senado deverá vir ao estado para tratar do assunto.

“Nós temos quase 30% das propriedades rurais em Rondônia com algum tipo de embargo ambiental. Isso nos preocupa muito. Esse fato traz, na próxima semana, a Comissão de Agricultura do Senado ao nosso estado, para que essa questão seja esclarecida — até porque ela também prejudica outros estados da região Norte”, explicou.

O presidente da Faperon reforçou que o agronegócio já enfrenta dificuldades significativas no estado e defendeu uma ação mais firme do poder público.

“Como entidade, estamos notificando e clamando aos nossos políticos para que algo seja feito na tentativa de minimizar esse problema. É difícil manter a produção rural com juros altos, mudanças climáticas e ainda enfrentar perseguições e o endurecimento das penalidades”, destacou.

Conhecedor da rotina do campo, Hélio Dias também criticou a falta de iniciativa do governo estadual no incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica.

“Eu desconheço qualquer projeto do Estado voltado ao fomento da produção rural por meio da pesquisa de campo. Temos buscado isso. Hoje participamos do conselho administrativo da Embrapa, mas precisamos de mais investimentos em áreas como piscicultura, cacau, café, mandioca e hortifruti”, relatou.

O dirigente destacou ainda o papel fundamental do setor privado na modernização das práticas agrícolas em Rondônia.

“Graças aos investimentos privados em melhoramento genético e em máquinas, o agronegócio tem evoluído. Se você observar, os grandes avanços do setor nos últimos dez anos vieram da iniciativa privada — é ela a mola propulsora do agro”, ressaltou.

Sobre as áreas de preservação criadas durante o governo de Confúcio Moura, atual senador, Hélio Dias considerou que a medida foi prejudicial, embora tenha reconhecido os avanços promovidos pelo ex-governador em prol do setor.

“Foi uma decisão equivocada, pois havia produtores com mais de 30 anos de atividade nessas regiões e hoje eles temem perder tudo. Isso gerou impacto econômico e social. Mesmo assim, reconhecemos que ele realizou um grande trabalho pelo agronegócio no período em que esteve à frente do Governo”, finalizou Hélio Dias.

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