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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
RONDÔNIA, A SERVENTIA DOS MAL AGRADECIDOS - Por Arimar Souza de Sá
Quando o Teixeirão concebeu Rondônia, na década de 80, desejava que “A Nova Estrela no Azul da União” brilhasse como poucas na bandeira verde amarela – simbolizando um estado forte, pujante, igualitário e rico, trazendo, como preconizava a campanha que literalmente "viralizou" na mídia de então, “realização para todos”.
Desejava o coronel Teixeira, implantador do Estado e seu primeiro governador, que os braços que ele convidou para ombrear na missão de organizar a transição de Território Federal para Estado de Rondônia, o fizessem não apenas pelo dever profissional ou por necessidade – mas com amor, com sentimento de estar construindo os alicerces dos edifícios cívicos, de uma nova terra, que viria unir o carinho do povo que aqui já estava às milhares de famílias que aportavam, diariamente, neste rincão.
No entanto, creio que parte dessa gente que veio para cá, se transportou apenas de corpo ou por interesse de mera subsistência, deixando suas almas nos seus locais de origem, como se a nova terra que as abrigou e tão bem as acolheu fosse apenas um lugarzinho para se tirar proveito na hora da dificuldade, para depois jogá-la na lata do lixo de suas histórias pessoais, e ainda sair falando mal, cuspindo no prato que comeram.
Ora, isso nos tem dado – a nós filhos da terra ou adotivos – um baita desconforto e tristeza por ver tanta ingratidão, o que nos coloca no dever de rechaçar com energia e autoridade essa postura míope, mesquinha e sem grandeza.
Certamente é a partir do caráter desse tipo de gente que a mídia nacional tem parido matérias nada edificantes para o Estado, e isso vem gerando, para quem aqui cria e educa seus filhos, um justo sentimento de revolta e indignação...
Nesta semana estava eu em um restaurante da cidade quando uma pessoa na minha mesa, reconhecidamente filha da terra, de forma leviana e sarcástica desandou a “falar mal” de Rondônia, como se aqui fosse um dos piores lugares do mundo para se viver.
Com a necessária educação que permite a um cavalheiro tratar uma senhora, me contrapus à sua postura com argumentos claros de defesa do Estado, mostrando a ela que a terra que lhe serviu de berço era tão digna, como dignificante seria para ela, ao invés de fazer ataques rasteiros, ter a honestidade de promover a sua defesa e elevar o que aqui tem de bom.
Por conta disso, vamos falar bem de nossa terra, clareá-la com a luz desse sol ardente, que pertence a nós, desde Cabixi aos lindes fantásticos do Estado do Amazonas.
Vamos, com a nossa pena, sem pena, fragilizar as tragédias que experimentamos, e fortalecer o que de bom existe debaixo de nosso nariz.
Vamos bradar aos ventos que somos um povo forte, composto da amálgama de brancos, negros e índios, estes os nossos irmãos primeiros que ainda habitam nus, inteiramente virgens, as reservas dos rios Pacaás Novos, Cautário e outros.
Vamos dizer que os nossos rios são fantásticos, destacando-se o rio Guaporé, passando pela Fazenda Ilha das Flores, onde, à noite, ouve-se, ainda, o coaxar das rãs e, no alvorecer, nasce o sol espelhando luz sobre os cascos de tartarugas e tracajás que desovam nas praias limpas, e os tuiuiús e garças, na revoada magnífica de uma branca madrepérola.
Vamos bradar ao mundo a nossa extraordinária criação de gado e o avanço do agronegócio nos municípios ao longo da BR 364.
Vamos dizer ao povo nordestino, os soldados da Borracha e os da clarinada do Teixeirão, que chegaram nos primeiros tempos, que nós, agora, somos diferentes, que aqui produzimos com o vigor que o solo fértil nos enseja e abençoa.
É bom, para conservar os dentes da mídia brasileira, que fale bem de Rondônia, dizendo a todos que estamos consolidados nos cenários nacional e internacional como grandes produtores de carne, frango, peixe, leite e derivados, soja, café, cacau, arroz, milho e tudo o mais que se plantar.
Que a luta de vocês, valentes paranaenses, gaúchos, catarinenses, capixabas, mineiros e nordestinos, dentre outros, não foi em vão. Vocês trouxeram para Rondônia o progresso agropecuário, ensinando-nos o manejo da lavoura com tratores e colheitadeiras, de plantação em larga escala.
O que se precisa agora é de empreendimentos novos, que agreguem valor à nossa produção, com vistas a substituir a nossa dependência crônica de produtos industrializados do Sul do Brasil.
Por isso, humildemente, concito a todos os formadores de opinião que falem bem e deem um tranco em quem fala mal de Rondônia, retirando, assim, a necessidade de ter vindo para cá sem o transporte de nossa alma.
Firmemos aqui o nosso espírito e os nossos filhos, orgulhosamente, dirão, no futuro: meu pai, meu tio, meu avô, fincaram neste chão os primeiros tijolos e as suas esperanças e as transformaram em progresso vivo e vida abundante para todos nós.
Salve Rondônia, salve seu povo!
AMÉM!