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Projeto apoiado pelo Judiciário é destaque no Profissão Repórter da Rede Globo


TJRO

Publicada em: 01/11/2018 11:57:12 - Atualizado


RONDÔNIA - Método Acuda de ressocialização dos reeducandos foi destaque do programa Profissão Repórter, conduzido pelo repórter Caco Barcelos, na Rede Globo de Televisão. O projeto da Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso tem o apoio e incentivo do Poder Judiciário de Rondônia, conforme explicou o juiz da Vara de Execuções Fiscais, Bruno Darwich, em entrevista concedida à repórter Eliane Scardovelli.

“O preso vai fatalmente voltar para a sociedade; a grande questão é como ele vai voltar. Por isso, a recuperação deve ocorrer de fato e com o envolvimento da sociedade”, disse o magistrado.

A repórter visitou o sistema carcerário e acompanhou uma das inspeções semanais feitas pelo magistrado às unidades prisionais e conheceu de perto os métodos terapêuticos da Acuda, entre eles a Constelação Familiar, considerada ferramenta de Justiça Restaurativa, tema principal do programa.

O método Justiça Restaurativa é aplicado para tentar estabelecer um acordo entre as partes envolvidas antes que um caso vá a julgamento. A alternativa é vista como uma forma de amenizar o problema da crise do sistema penitenciário no Brasil.

Eliane Scardovelli acompanhou sessões de terapia feitas com a ajuda de voluntários e especialistas. Somente presos com bom comportamento e que já cumpriram pelo menos um ano de pena podem participar. “Eles tentam fazer com que o preso revisite o seu passado e busque tentar entender o porquê dele ter cometido o crime, trazendo, desta forma, uma consciência de suas escolhas”, comentou a jornalista.

Além de Eliane, as repórteres Sara Pavani, Mayara Teixeira e Nathália Tavolieri também mostraram casos que passaram pela medida. O quarteto se dividiu entre Brasília, Porto Velho e o interior de São Paulo.

Em Brasília, as repórteres Sara e Mayara acompanham e registraram tentativas de reconciliação em duas situações. A primeira foi entre motoristas que se envolveram em uma briga de trânsito. Já a segunda foi entre duas mulheres que trocam ameaças e agressões por causa de um homem. Brasília foi um dos primeiros locais no Brasil a receber um núcleo de Justiça Restaurativa.

“A ideia básica é que as pessoas possam entrar em acordo, além de poderem refletir sobre o que fizeram. A resposta para a vítima e para a sociedade é maior, ela não foca só na punição, mas também em uma restauração”, analisa Mayara.

Em Tatuí, no interior de São Paulo, Nathália Tavolieri conhece o caso de um jovem que bateu em um colega de escola. A repórter acompanha um trabalho feito com adolescentes. Por meio de uma terapia em grupo, o objetivo é interromper o ciclo de violência entre eles.

“É um trabalho bem complexo que conta com várias técnicas. O resultado não é uma pena, mas propostas para ajudar a auxiliar os que participam”, comentou a repórter.

Para os terapeutas da Acuda, a visibilidade do trabalho, demonstra à sociedade que há caminhos possíveis para a ressocialização. “A Acuda é uma alternativa que tem dado resultado, tem dado certo. A prova é que, em quase 20 anos de trabalho, vem despertando interesse internacional de estudar esse movimento que pensa o preso como ser humano”, analisou. Rogério Araújo, diretor da entidade.


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