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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
MINAS GERAIS - Subiu para 14 o número de vítimas da tragédia de Janaúba, no Norte de Minas, a 557 quilômetros da capital, com a morte nesta quinta-feira (11) do garoto Gabriel Carvalho Oliveira, de cinco anos, que estava internado em estado grave no HPS (Hospital de Pronto-Socorro João XXIII), em Belo Horizonte.
Gabriel foi transferido para a capital no dia 5 de outubro, mesmo dia em que o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, ateou fogo na creche Gente Inocente, onde ele trabalhava como vigia. Até agora, dez crianças morreram, três professoras, e o vigia que se matou depois do ataque.
No HPS, permanece internada a professora Marley Simone, de 42 anos. Segundo boletim médico da tarde de hoje, seu quadro é estável.
Os pais de Gabriel, Vanderleia Oliveira e Janiel de Oliveira, se mudaram do Rio de Janeiro, onde viveram por dois anos, para a pacata Janaúba, em busca de mais espaço e paz para os dois filhos do casal. Janiel conta que a estratégia deu certo e os filhos ficaram encantados com tanto espaço para brincadeiras. “Eles pegam a bicicleta e saem correndo. É tudo muito tranquilo. Todo lugar tem um maluquinho, mas é normal”, contou à época da tragédia.
Segundo a Prefeitura de Janaúba, o corpo do garoto será transferido da capital ainda na tarde de hoje para a cidade, onde será velado. Para fazer o translado, a prefeitura de Janaúba, aguarda apenas a liberação do corpo pelo HPS.
Abraço
O pesadelo das famílias de Janaúba que perderam parentes no incêndio da Creche Gente Feliz, começou quando Damião foi até o local com o pretexto de entregar um atestado médico para justificar seu afastamento do trabalho. Lá atraiu algumas crianças com a promessa de distribuir picolés, que ele estava vendendo.
No entanto, na vasilha, ao invés da guloseima, estava um líquido que ele atirou nas crianças, nas instalações da creche e, depois, no próprio corpo. Em seguida, ateou fogo em tudo. O atestado médica confirmava que Damião tinha transtornos mentais e, por isso, estava afastado de suas atividades.
A tragédia só não foi maior porque professores, funcionários da creche e vizinhos interviram para conter as chamas. Um esforço que custou a vida da professora Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, que se agarrou a Damião e lutou com ele para impedir que mais pessoas fossem atingidas. Heley tive 90% de seu corpo queimado.
Vítimas
No HPS, permanece internada a professora Marley Simone, de 42 anos. Segundo boletim médico da tarde de hoje, seu quadro é estável. As duas crianças que estavam internadas no Hospital de Montes Claros receberam alta no último 11 de dezembro.
Hoje a Prefeitura de Janaúba paga uma indenização de R$ 1 mil mensais para as famílias das vítimas da tragédia, depois da assinatura de um TAC (termo de ajustamento de conduta) com o MPE (Ministério Público Estadual). O mesmo valor será pago para as 17 pessoas que tiveram ferimentos graves. As 28 que tiveram ferimentos leves vão receber R$ 500 mensais.