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    porto velho, terça-feira 1 de outubro de 2024

Passageiro desaparece no Rio Madeira e resgate de corpo é inviável

Algumas pessoas disseram para ele parar de tentar a travessia, porém, a vítima não deu ouvidos.


lentenervosa

Publicada em: 12/01/2021 11:16:58 - Atualizado

Porto Velho, RO – Um homem identificado apenas como “Pé de Ferro”, 70 anos, caiu no Rio Madeira nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (11). Militares do Corpo de Bombeiros foram ao local, porém, devido à vários fatores, o resgate do corpo tornou-se inviável.

Conforme informações, o barco saiu do Distrito de Demarcação, no baixo madeira, e atracou no Porto do Rio Madeira, região do Cai N´água, antes do dia clarear. O passageiro Pé de Ferro, segundo testemunhas, estava muito embriagado e tentava atravessar do barco para a balsa. Algumas pessoas disseram para ele parar de tentar a travessia, porém, a vítima não deu ouvidos. Momentos depois, ouviu-se o barulho de algo caindo na água. Ao irem verificar, populares encontraram apenas o boné que Pé de Ferro utilizava. Neste momento o Corpo de Bombeiros foi acionado.

Em contato com o Major BM Vital, a reportagem apurou que o Corpo de Bombeiros chegou ao local pouco depois das 7h da manhã desta segunda (11). No local, populares informaram que não viram Pé de Ferro cair na água, muito menos o local exato onde o corpo teria caído. A equipe de militares que foi ao local fez análises de vários fatores e considerando alguns detalhes e situações, optaram por não realizar mergulho na área onde a vítima supostamente teria desaparecido, e listaram os motivos a seguir:

Considerando a profundidade do local do fato ser de 30 metros em diante;

Considerando a velocidade da água;

Considerando a grande quantidade de sedimentos e madeiras que estão descendo no rio e principalmente na área do fato;

Considerando já termos como experiência infelizmente a morte de um mergulhador do Estado do Amazonas no ano de 2015 quando o mesmo trabalhava nessa região e veio a ser atingido por um tronco de árvore na cabeça;

Considerando que a vida do mergulhador de resgate acima de tudo tem que ser a prioridade e sempre ficar em primeiro lugar;

Considerando que temos experiências e provas que a quantidade de candiru (conhecidos como urubu do Rio Madeira) na região é muito grande e em questão de minutos eles devoram qualquer tipo de ser que vem a se afogar nas águas;

Diante dos considerandos e do grau de risco elevadíssimo e da complexidade para efetuar o mergulho nessa região e principalmente do risco imensurável de diversas possibilidades de acidente que o mergulhador para exercer a buscar do cadáver ou qualquer bem que fosse naquela área, fica impossibilitado a realização do mergulho de resgate na localização, pois, coloca completamente em risco a vida dos mergulhadores.

Vale salientar que exercemos por diversas vezes mergulho na região, e não estamos nos eximindo, entretanto, tais mergulhos em épocas de seca e nas margens onde a correnteza é mais fraca, não corre muita madeira e não colocam em grau elevado de risco a vida dos mergulhadores de resgate.


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