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    porto velho, quinta-feira 17 de julho de 2025

Faixa preta de taekwondo vira líder do PCC após ver pai ser assassinado

Preso há mais de duas décadas, Paulinho Neblina está detido em penitenciária federal e enfrenta complicações de doença crônica


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Publicada em: 20/04/2021 13:48:35 - Atualizado

De promessa do esporte a um dos líderes da maior facção criminosa do país. O Paulo Cezar, do taekwondo, virou Paulinho Neblina, do PCC (Primeiro Comando da Capital), após o assassinato do pai e uma vida no crime. O garoto que iniciou a arte marcial coreana aos 4 anos, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, se transformou e hoje vive em uma penitenciária federal, condenado a quase 100 anos de prisão.

A história de Paulo Cezar Souza Nascimento Júnior começa ainda na década de 1970, quando o esporte engatinhava no Brasil. Ainda antes de se tornar adulto, o jovem chegou à faixa preta, a mais alta graduação na luta. Não por menos, passou a ser considerado uma grande aposta para se tornar uma atleta de referência na modalidade que ainda viria a integrar o programa olímpico em Sidney 2000.

Em 21 de outubro de 1991, aos 18 anos, foi aprovado no exame de graduação para subir ainda mais de nível e chegar ao 2º dan da faixa preta — que vai do 1º ao 10º, com especificações de "professor", "mestre" e "grão mestre".

Mas foi nesse intervalo entre 1º e 2º dan que a vida dele teve uma reviravolta. Com 14 anos, aquele que era uma das promessas do esporte viu o pai ser assassinado em um parque na região onde viviam. A história desse crime não é muito conhecida, mas testemunhas afirmam que foi resultado de um conflito pessoal.

Sai o esporte, entra o crime

Hoje, já com 48 anos, o Paulo Cezar virou Paulinho Neblina, e é apontado pelas investigações da Polícia Civil paulista, Ministério Público do Estado de São Paulo e até pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública como um dos líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando Capital).

Inimigo do Estado, o prodígio do esporte no país precisou ser transferido para presídios federais por supostamente representar uma ameaça no sistema carcerário paulista, onde ficou por mais de duas décadas.

"De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, foi possível identificar quem são os líderes da organização criminosa que gerenciavam de dentro do estabelecimento prisional células da organização, com decisões para levantamento de endereços de agentes públicos para ordens de assassinatos, lavagem de capitais e tráfico de drogas. Segundo a secretaria, as investigações apontaram Paulo Cezar como um dos líderes", diz um documento do Ministério da Justiça e Segurança Pública para justificar a manutenção de Paulinho em penitenciária federal, em abril de 2020.


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