Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 17 de setembro de 2025
A Amazônia Legal perdeu 10.476 km² de floresta entre agosto de 2020 e julho de 2021, meses em que se mede a temporada do desmatamento. A taxa é 57% maior que a da temporada passada, além de ser a pior dos últimos dez anos, aponta o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
De acordo com o monitoramento do Imazon divulgado na quarta-feira (18):
Além do monitoramento do Imazon feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que utiliza imagens de satélite e de radar, o bioma também é monitorado pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), do governo federal. O monitoramento do Inpe é feito por dois sistemas: o Deter, que acompanha em tempo real o desmatamento e a degradação na Amazônia, emitindo diariamente alertas; e o Prodes, que realiza um inventário anual de perda da floresta. (Veja os dados do Inpe abaixo)
Os dados do desmatamento anual divulgados pelo Imazon também alerta para o avanço do desmatamento pelo Sul do Amazonas. O estado foi o segundo que mais desmatou na temporada 2020/2021, com o acumulado de 1.831 km² em 12 meses. A área é 62% maior do que a destruída no calendário anterior.
“Nestes últimos 12 meses, percebemos um intenso desmatamento na região do Sul do Amazonas. Isso ocorreu devido à escassez de grandes áreas de florestas em regiões que já foram devastadas anteriormente, em estados como Mato Grosso e Rondônia. Com isso, houve um deslocamento do desmatamento”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
A taxa de desmatamento na Amazônia no primeiro semestre deste ano também bateu recorde.
“As áreas desmatadas em março, abril e maio foram as maiores dos últimos 10 anos para cada mês. E, se analisarmos apenas o acumulado em 2021, o desmatamento também é o pior da última década”, explica o pesquisador do Imazon, Antônio Fonseca.
Apenas em julho, o Imazon aponta que foram desmatados 2.095 km² da floresta, uma área maior que a capital de São Paulo, o pior dado para o mês de julho já registrado nesta década. 63% do total desmatado ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse.