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Venezuela pede a Guterres para ONU enviar observadores às eleições

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, confirmou hoje que pediu ao secretário-geral da ONU


Notícias ao minuto

Publicada em: 27/02/2018 14:33:58 - Atualizado

"Ontem, segunda-feira, conversámos sobre isso com o secretário-geral (da ONU). Estamos à espera de uma resposta da ONU", disse.

Jorge Arreaza falava durante uma conferência de imprensa em Genebra, Suíça, à margem da 37.ª reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O ministro venezuelano explicou que o pedido foi feito tendo por base uma decisão tomada recentemente, durante as negociações com a oposição, na República Dominicana, como parte de um acordo que a oposição se nega assinar.

"Mas o Governo venezuelano está a cumprir todas as partes do acordo", frisou.

O pedido a António Guterres tem lugar uma semana depois de o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciar que enviaria uma carta pedido observação internacional da ONU.

Arreaza, que participa na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, encontrou-se também com o presidente da Assembleia Geral daquele organismo, Miroslav Lajcák, e com a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, de Portugal, Teresa Ribeiro.

Por outro lado, durante a sessão da ONU, Jorge Arreaza, advertiu sobre intenções de "poderes intervencionistas", aliados dos EUA, de "retomar o controlo das riquezas petrolíferas, de gás, de oro, diamante, água e terras férteis" na Venezuela.

Segundo Arreaza, as sanções internacionais impostas pelos EUA e Europa "fazem muito mal ao povo venezuelano" e são usadas para criar uma matriz de "crise humanitária" no país.

Nesse sentido, revelou que a Venezuela tem 1.600 milhões de dólares bloqueados na sequência das sanções impostas por Washington.

O dirigente venezuelano disse ainda que a "guerra económica e o bloqueio financeiro" têm forçado "milhares de venezuelanos a emigrar para vários países da Europa, América Latina e Caraíbas".

As próximas eleições presidenciais na Venezuela, que deveriam ocorrer em 2019, foram recentemente antecipadas pelo Conselho Nacional Eleitoral para o próximo 22 de abril, uma decisão questionada pela oposição que diz não existirem garantias de transparência no processo.

No passado dia 23 de fevereiro, o Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos, aprovou uma resolução em que insta a Venezuela a adiar as eleições presidenciais e a aprovar um calendário eleitoral que assegure um processo "livre, justo, transparente, legítimo e credível".

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população sobre dificuldades para conseguir localmente alguns produtos básicos alimentares e medicamentos e alguns produtos são comercializados a preços exorbitantes e inacessíveis.

Em 2017 a Venezuela registou uma inflação de mais de 2.000%.



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