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porto velho, terça-feira 8 de julho de 2025
PORTO VELHO - RO - A quantidade de médicos no Brasil não para de crescer e mesmo assim faltam profissionais em muitas regiões do território nacional, principalmente no interior. Quer entender melhor esse problema dos hospitais públicos? Só conferir nossa matéria!
O atendimento médico no Brasil vive atualmente uma infame contradição: embora se formem cada vez mais profissionais por ano, a saúde pública ainda carece de atendentes -principalmente em hospitais públicos do interior. Embora iniciativas como o Mais Médicos melhorem a falta de médicos em municípios menores, mais da metade dos doutores ainda estão concentrados nas capitais brasileiras.
A FALTA DE MÉDICOS NO INTERIOR
Nacionalmente, a média é de 2,18 médicos para cada mil habitantes, o que cumpre a recomendação da Organização Mundial de Saúde (1 atendente por 1.000 habitantes). Contudo, essa razão difere muito entre capital e outros municípios de um mesmo Estado.
Embora o número de médicos no país esteja crescendo, esses doutores e doutoras ainda não estão distribuídos pelo território de maneira adequada. Por mais que a razão nacional de médicos/mil habitantes esteja satisfatória, muitos brasileiros que moram fora das capitais ainda sofrem com a falta de profissionais. E, como sempre, regiões inteiras como Norte, Nordeste e Centro-Oeste permanecem na carência por atendentes.
ONDE ESTÃO OS MÉDICOS?
As pesquisas de distribuição médica no Brasil apontam que quanto mais distante dos centros urbanos, menos médicos existem disponíveis para a população. Esse é o caso tanto entre as regiões brasileiras, entre os Estados e, inclusive, entre capitais e municípios de uma mesma unidade federativa.
A DISPARIDADE ENTRE CAPITAIS E INTERIOR
Em geral, 55,1% dos médicos estão nas metrópoles, onde vive somente 23,8% de toda a população nacional. Ou seja, aproximadamente ¾ dos brasileiros espalhados pelo território tem menos da metade dos profissionais disponíveis. veja no gráfico:
A DISPARIDADE ENTRE REGIÕES E ESTADOS
Não é novidade que faltam médicos nas regiões mais distantes das metrópoles, porém, outro fator de forte influência é a distância da Megalópole do Sudeste brasileiro (Rio-São Paulo). Só nos seus quatro estados, o Sudeste concentra 244.304 médicos, praticamente 54,1% do total de profissionais do país.
Além da evidente desigualdade entre regiões, a diferença entre os Estados também representa um problema. Com os impasses no programa Mais Médicos, Estados como Ceará, Espírito Santo e Tocantins são obrigados a investir em iniciativas estaduais e municipais que substituam essas vagas ociosas.
O AUXÍLIO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS
Em 2013, o programa federal foi lançado para levar médicos às regiões carentes de profissionais da saúde. Com aproximadamente 18.240 vagas, tanto para brasileiros quanto estrangeiros, a iniciativa de melhorar a Atenção Básica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ajudou cerca de 4 mil municípios e 34 distritos indígenas desde então.
Entretanto, em 2019, com a saída dos médicos cubanos muitos municípios voltaram a ficar sem profissionais da saúde. Além disso o atual programa, praticamente, desconsiderou contar com a mão de obra de mais de 10 mil médicos formados em outros países, já que o atual edital prevê somente a contratação de médicos com CRM, ou seja, com o registro nos conselhos estaduais de cada estado.