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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
CACOAL, RO - Um fazendeiro teve um prejuízo de cerca de R$ 130 mil após um raio cair na propriedade dele e matar 103 bovinos da raça Nelore que estavam no pasto, na Linha 8, em Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho. A descarga aconteceu durante um temporal nessa semana e, um dia depois, uma pessoa que passava por uma estrada viu os bois mortos e avisou o funcionário da fazenda.
A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) esteve no local comprovante a causa da morte dos animais.
De acordo com Paulo Elifas, dono da fazenda, ele estava na propriedade no momento em que o raio caiu. Segundo ele, a descarga causou um barulho muito alto durante a noite.
“Eu ouvi o barulho do raio, um estrondo, e lembro que ainda pensei no perigo desse raio ter caído na casa, pois com todo aquele barulho não sobraria nada. Quando a chuva acalmou eu retornei para Cacoal”, contou Elifas ao G1.
No dia seguinte, um funcionário da fazenda se aproximou do local onde o gado estava, mas acreditou que os animais estivessem dormindo.
Tempo depois, uma pessoa passou a pé pela estrada próxima da propriedade e como viu uma grande quantidade de animais juntos, mas nenhum deles se mexendo, resolveu verificar, constatando a morte do rebanho.
Essa pessoa procurou o capataz da fazenda e disse que o gado estava morto. Logo que fui informado, segui para a propriedade. Estou muito abalado com tudo isso. Eles estavam todos juntos embaixo de um pé de árvore para se proteger da chuva. Com a árvore não ocorreu nada, acredito que o raio tenha caído somente sobre os animais”, explicou o pecuarista.
O gado morto seria colocado para engorda no próximo mês e, posteriormente, seriam abatidos. Com a morte de 103 bovinos, Elifas avalia que teve um prejuízo de aproximadamente R$ 130 mil.
“Na vida comercial temos uma sequência, um preparo. Aquelas novilhas eram para serem colocadas no cocho, então quebrou essa sequência. Não sei como vou fazer nos próximos 90 dias para resolver o problema. Então é um prejuízo que fica”, lamentou o pecuarista. Os animais foram enterrados na quarta-feira (14).
Após a morte dos animais, o proprietário comunicou a Idaron, que visitou a propriedade para confirmar a causa da morte. Em seguida o próprio pecuarista precisou dar destinação as carcaças.
“Eu contratei o serviço de uma retroescavadeira, que cavou valas profundas. Após o trabalho da Idaron enterrou os animais, pois o mal cheiro já estava insuportável, sem contar na grande quantidade de urubus que estavam sobrevoando o local”, disse.
Após o incidente, Elifas disse contou ter procurado o banco que o atende para se informar sobre seguros contra desastres naturais, mas foi informado que a agência não possui.
Segundo a veterinária da Idaron Dâmaris de Oliveira, o pecuarista ter procurado a agência para informar sobre a morte do rebanho foi a atitude correta, já que a falta dos animais poderia causar problemas no momento da declaração.
“É importante que quando ocorra a morte de animais por desastre natural ou doenças, o proprietário comunique a Idaron, pois é necessário dar baixa, pois no momento da declaração da vacina também é necessário declarar o óbito. Nesse caso como são muitos animais, a Idaron precisa ir até a propriedade confirmar a causa da morte, se realmente foi raio, ou doença se não tem relação com nenhuma doença de notificação predatória”, explicou a veterinária.