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    porto velho, sábado 20 de setembro de 2025

Congelamento dos combustíveis pode gerar desabastecimento; entenda discussão

Governo estuda congelar preços em meio à pressão sobre o Palácio do Planalto


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Publicada em: 08/03/2022 18:22:29 - Atualizado

A possibilidade de congelamento dos preços dos combustíveis praticados pela Petrobras, em discussão no governo Jair Bolsonaro, levantou o temor entre executivos do setor de petróleo e técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME) de desabastecimento de gasolina, diesel e gás de cozinha.

O principal temor hoje observado no mercado é com relação ao óleo diesel, combustível mais importado. Esse cenário reforça os argumentos de integrantes do governo em defesa de um subsídio temporário para o preço dos combustíveis, no lugar de apenas segurar o preço da Petrobras.

Hoje, a estatal pratica o que é chamado de paridade de preço internacional, que leva em consideração os valores do barril de petróleo e do dólar para definir os valores dos combustíveis no mercado interno. Essa política é alvo agora do governo Bolsonaro e do Congresso Nacional.

As sanções à Rússia causada pela invasão na Ucrânia estão fazendo o barril de petróleo disparar, abrindo a possibilidade de reajustes de mais de 20% nos valores dos combustíveis no mercado interno.

A Rússia é responsável por cerca de 12% do mercado global de óleo e gás e, por isso, o que acontece lá gera forte impacto nos preços internacionais.

Em almoço nesta terça-feira na Frente Parlamentar do Empreendedorismo, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Eberaldo de Almeida Neto, alertou para o risco do congelamento de preços e disse que a capacidade de refino brasileiro já está no limite. A possibilidade de aumentar a produção nacional, portanto, não existe.

"Praticar preços do mercado é condição para o abastecimento. O desbalanço de preços desincentiva a importação. Ninguém vai comprar mais caro para vender mais barato", disse.


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