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    porto velho, domingo 21 de setembro de 2025

ConecteSUS ainda tem falhas em registros de vacinas meses após ataque hacker

É o caso de Maria Luiza Rios, cuja segunda dose, aplicada em 10 de novembro, ainda não consta no sistema federal.


Notícias ao Minuto

Publicada em: 23/03/2022 10:16:05 - Atualizado


BRASIL - Mais de 74% da população brasileira está com o primeiro ciclo vacinal contra a Covid-19 completo -e aqueles que tomaram a dose de reforço superam 34%. Para parte desses imunizados, porém, as doses não constam corretamente no ConecteSUS, plataforma do Ministério da Saúde.

Pessoas de sete cidades em seis estados relataram à Folha que o passaporte vacinal do governo ainda está deficitário ou que foram necessários meses até que a falha fosse corrigida. Entre os relatos ouvidos pela reportagem, há casos de doses cadastradas meio ano após a aplicação, apesar de contatos constantes com a secretaria de saúde municipal e o SUS para o preenchimento do registro.

O governo federal diz que o aplicativo ConecteSUS Cidadão apenas reproduz o que está documentado nos sistemas de informação dos estados, municípios e do Distrito Federal.

Em 10 de dezembro, um ataque hacker ao site do Ministério da Saúde deixou fora do ar os sistemas de informações de notificação de casos, internações e mortes, além dos dados de vacinação. Levou semanas para que as plataformas fossem restabelecidas.

Há pessoas que estão sem as vacinas preenchidas no ConecteSUS, no entanto, que foram imunizadas antes do ataque cibernético. É o caso de Maria Luiza Rios, cuja segunda dose, aplicada em 10 de novembro, ainda não consta no sistema federal.

Estudante da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), ela diz que pelo menos outros sete colegas têm o mesmo problema. "Todo mundo dessa mesma época de vacinação não está conseguindo."

O passaporte vacinal incompleto deixou a jovem apreensiva em janeiro, já que era necessário apresentá-lo para a matrícula do semestre. No fim, a aluna de educação física mostrou o documento impresso e conseguiu assistir às aulas, que começaram no início de fevereiro.

Quem também enfrentou falha no sistema antes do ataque hacker foi Rafaela Blacutt, em Florianópolis. A sua primeira dose, aplicada em 10 de agosto, só foi aparecer no ConecteSUS em fevereiro, após um longo caminho burocrático.

Primeiramente, ela procurou o SUS e foi orientada a ir ao local onde foi imunizada. Lá constataram que seus dados vacinais foram preenchidos corretamente, e que o problema estaria no sistema federal.


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