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porto velho, segunda-feira 22 de setembro de 2025
Após a operação da Polícia Federal (PF) contra empresários que, em um grupo de mensagens privadas, teriam defendido um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições em outubro, os investigadores trabalham para iniciar o cruzamento os dados apreendidos com os de financiadores dos atos de 7 de Setembro de 2021, com cunho golpista, e o deste ano.
Segundo relatos de quem está a par da investigação, o objetivo da Polícia Federal é identificar o caminho do dinheiro do financiamento de atos antidemocráticos —principalmente os realizados no dia em que se comemora a Independência do Brasil— e averiguar se os empresários teriam bancado as manifestações que têm, entre outras bandeiras, ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O feriado de 7 de Setembro deste ano marca os 200 anos da Independência do Brasil. Em declarações públicas recentes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou que planeja transformar as festividades em atos bolsonaristas. O temor é que o mandatário do Palácio do Planalto use o desfile militar para insuflar apoiadores contra o Judiciário e o sistema eleitoral brasileiro.
Uma das linhas de investigação da PF leva em conta justamente esse cenário: a possibilidade de, como em 2021, as comemorações se tornarem palco para a defesa de bandeiras inconstitucionais —e com significativo aporte financeiro.
Nos atos de Sete de Setembro do ano passado, o presidente Bolsonaro fez ameaças golpistas ao STF e atacou ministros da corte. Em discurso na avenida Paulista, em São Paulo, o presidente exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairá morto da Presidência da República
“Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou”, afirmou no ano passado.