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porto velho, quinta-feira 18 de setembro de 2025
Clientes de banco têm relatado, nas redes sociais, um novo tipo de golpe envolvendo o Pix. Segundo eles, criminosos ligam para as supostas vítimas e, para convencê-las a fazerem uma determinada transferência bancária, citam dados sigilosos e valores exatos de movimentações anteriores na conta.
Os autores da fraude usam, inclusive, uma convincente trilha sonora semelhante às de chamadas de telemarketing.
Em resumo, a tentativa de golpe funciona assim:
O criminoso liga para um cliente de banco e diz algo como: "Sou funcionário da instituição, sua conta foi invadida e retiraram os valores X, Y e Z". Essas transações, obviamente, são falsas, mas a vítima ainda não sabe.
Em seguida, o autor da fraude lista informações sigilosas da pessoa, enumerando dados do extrato, valores precisos de débitos automáticos, transferência via Pix etc. Tudo para induzir a vítima a cair na armação.
O objetivo é persuadir a vítima a fazer transferências nos mesmíssimos valores de X, Y e Z para contas de criminosos. O argumento? "O banco vai reconhecer a duplicidade das transações e cancelar tudo."
Em posts publicados no Twitter nesta quarta-feira (8), a jornalista Marcella Centofanti contou que quase caiu na armadilha ao receber telefonema de um homem que se passava por funcionário do Itaú. Na conversa, de acordo com ela, o golpista "citou o que saiu e entrou na minha conta nos últimos dias". "[Mencionou] Pix que eu fiz e recebi, com nomes e valores, além de débitos automáticos precisos nos centavos."
Centofanti também escreveu que, quando a conversa era entrecortada por pausas, "entrava aquela musiquinha que a gente escuta quando liga pro Itaú".
Segundo Centofanti, o falso funcionário era articulado e manteve um tom de voz calmo enquanto tentava enganá-la dizendo que se tratava de um alerta após identificar que a conta havia sido invadida.
Ela disse que só desconfiou do golpe quando a pessoa pediu para que ela fizesse uma transferência com o mesmo valor que um golpista havia feito. Dessa forma, segundo o golpista que se passava pelo funcionário do Itaú, o banco reconheceria a duplicidade da transação e cancelaria a operação.
"E perguntou se eu reconhecia 3 depósitos em valores de 9 a 10 mil reais cada um. Citou os nomes e os bancos dos endereçados. Neguei veementemente, a essa altura completamente desesperada. Aí vem o golpe. Ele pediu pra eu entrar na área de transferência do aplicativo pra desfazer a transação", contou Centofanti em uma sequência de posts no Twitter.
"Ele queria que eu fizesse a mesma transferência que o bandido do IPhone de Santo André fez, com o mesmo valor, pra mesma conta. Dessa forma, o banco reconheceria a duplicidade e cancelaria a operação. Foi SÓ nessa hora que eu desconfiei de verdade. Até então, parecia redondo demais pra ser golpe."
Na mesma sequência de posts, a jornalista disse que após desconfiar do golpe e sentir "um tom de nervosismo na voz" do criminoso, encerrou a chamada. Ela, então, disse que ligou para sua gerente, quando, antes mesmo de terminar de contar o ocorrido, ouviu da assistente: "O Itaú não pede pra fazer uma transferência pra cancelar outra. É golpe".
A jornalista alega que quase acreditou na veracidade da chamada porque, segundo ela, o golpista teve acesso ao seu extrato do dia.
Ela chegou a criticar "o silêncio do Itaú", nas suas palavras, após tornar seu caso público, mas depois fez um novo post de atualização dizendo que foi procurada pelo banco.