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porto velho, quinta-feira 18 de setembro de 2025
Toda uma geração de internautas aborda os mecanismos de busca da mesma forma há décadas: digitamos algumas palavras em uma caixa de busca e aguardamos por uma página de resultados relevantes. Mas isso pode mudar em breve.
Esta semana, as empresas por trás dos dois maiores mecanismos de busca dos Estados Unidos provocaram mudanças radicais na forma como seus serviços operam, impulsionados por uma nova tecnologia de inteligência artificial que permite respostas mais complexas e conversacionais.
No processo, no entanto, as empresas podem testar tanto a precisão dessas ferramentas quanto a disposição dos usuários comuns de adotar e encontrar utilidade em uma experiência de pesquisa muito diferente.
Na terça-feira (7), a Microsoft anunciou uma reformulação no mecanismo de buscas Bing, usando as habilidades do ChatGPT, a ferramenta viral de inteligência artificial criada pela OpenAI, uma empresa na qual a Microsoft recentemente investiu bilhões de dólares. O Bing não apenas fornecerá uma lista de resultados de pesquisa, mas também responderá a perguntas, conversará com os usuários e gerará conteúdo em resposta às consultas dos usuários.
No dia seguinte, o Google, o player dominante no mercado, realizou um evento para detalhar como planeja usar tecnologia de inteligência artificial semelhante para permitir que seu mecanismo de busca ofereça respostas mais complexas e conversacionais às consultas, incluindo o fornecimento de marcadores com os melhores momentos do ano para ver várias constelações e também oferecer prós e contras para comprar um veículo elétrico.
A gigante de tecnologia chinesa, Baidu, também disse esta semana que lançaria seu próprio serviço no estilo ChatGPT, embora não tenha fornecido detalhes sobre se isso aparecerá como um recurso em seu mecanismo de busca.
As atualizações vêm com o sucesso do ChatGPT, da OpenAI, que pode gerar redações e respostas surpreendentemente convincentes às solicitações do usuário, provocando uma onda de interesse em ferramentas de chatbot de inteligência artificial.
Várias gigantes da tecnologia agora estão correndo para implantar ferramentas semelhantes que podem transformar a maneira como redigimos e-mails, textos e lidamos com outras tarefas. Mas o impacto mais imediato pode estar em um elemento fundamental de nossa experiência na internet: a pesquisa.
“Embora estejamos há 25 anos com sites de pesquisa, ouso dizer que nossa história apenas começou”, disse Prabhakar Raghavan, vice-presidente sênior do Google, no evento na quarta-feira (8), provocando os novos recursos de inteligência artificial.
“Temos inovações ainda mais empolgantes habilitadas por inteligência artificial em andamento que mudarão a maneira como as pessoas pesquisam, trabalham e se divertem. Estamos reinventando o que significa pesquisar e o melhor ainda está por vir”.
Para aqueles que não sabem exatamente o que fazer com as novas ferramentas, as empresas ofereceram alguns exemplos, desde escrever um poema rimado até ajudar a planejar o itinerário de uma viagem.
Lian Jye Su, diretor de pesquisa da empresa de inteligência tecnológica ABI Research, acredita que consumidores e empresas ficariam felizes em adotar uma nova maneira de pesquisar, desde que “ela seja intuitiva, remova mais atrito e ofereça o caminho de menor resistência – semelhante ao sucesso de assistentes de voz domésticos inteligentes, como a Alexa e o Google Assistant”.
Mas há pelo menos um curinga: o quanto os usuários poderão confiar nos resultados obtidos pela inteligência artificial.