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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
José Irineu Cardoso, presidente da Caerd: superação e desafios para os próximos anos
RONDÔNIA - Em fase de reestruturação financeira e estrutural, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) apresenta os primeiros sinais de estabilização: em poucos meses foi atualizado o salário dos servidores, que chegaram a ficar cinco meses atrasados e seus gestores viram a receita alavancar de R$ 9 para 10,5 milhões, acréscimo médio de R$ 1,5 milhões ao mês.
José Irineu Cardoso Ferreira, presidente da Companhia de Água e Esgoto de Rondônia, explica que foram tomadas quatro medidas para ajudar a controlar as finanças do órgão: “exoneração de cargos comissionados, devolução de servidores cedidos, corte em diárias e substituição do pagamento de horas extras por banco de horas, agora os servidores são beneficiados com folga. “Com essas medidas conseguimos atualizar o pagamento dos salários dos servidores. No decorrer de cinco meses, pagamos nove folhas salariais, significa que em um mês, pagamos quase duas folhas de salários”, detalha.
José Irineu foi empossado presidente no mês de maio de 2018, em meio à greve dos servidores. Ele explica que a partir daquele momento iniciou uma espécie de “corrida contra o tempo” para deixar sua contribuição na gestão da Caerd, na qual é servidor de carreira. “Aplicamos os critérios como uma receita de bolo, que qualquer gestor deve fazer quando tem dívida maior que sua receita: diminuir suas despesas e tentar aumentar a receita, e foi isso o que nós fizemos. Quando chegamos, tínhamos uma receita que não ultrapassava R$ 9 milhões e implementamos medidas para elevar nossa receita. Hoje, nossa receita varia em torno de R$ 10 milhões a 10,5 milhões”, explica.
Outra medida foi sanar gradativamente contas devidas pela Caerd, na ápoca cerca de 70 milhões, das quais já foram quitadas aproximadamente R$ 40 milhões. “O restante está em nosso planejamento quitar até o final do ano de 2019”, afirma o presidente.
Mas os problemas financeiros da Caerd não se restringem ao pagamento dos servidores e despesas operacionais, ainda existe duas grandes dívidas, apontadas pelo presidente como “gargalos” e em alguns momentos citadas como dívidas “gigantes”: algo em torno de R$ 1 bilhão devido à Fazenda Nacional e cerca de R$ 600 milhões devidos à Eletrobras. “Ainda não temos certeza do que seria de fato a dívida e o que pode ter sido incrementado como juros, mas trata-se de um desafio tentar resolver o problema dessas dívidas, que de certa forma tendem a ser prejudiciais. Estamos fazendo uma tratativa com o governo do Estado para tentar encontrar um caminho para resolver isso”, assegura.
A expectativa, de acordo com o presidente, é aumentar a quantidade de clientes no estado de Rondônia e com isso elevar a projeção financeira da Companhia. “Há um déficit muito grande com a população de Rondônia, nós temos que aumentar a capacidade de atendimento. Hoje atendemos algo em torno de 120 mil ligações (usuários), nosso foco é aumentar o atendimento e diminuir as perdas, que são grandes. A meta para 2019 é atingir receita de R$ 13 a 14 milhões, com aumento de pelo menos 30% de ligações, principalmente em Porto Velho e Ji-Paraná”.
Segundo o presidente, a perspectiva de alavancar a arrecadação em 30% é possível sem as obras do PAC, com as obras, que estão em franco andamento é possível incremento de até 70%.
José Irineu Cardoso Ferreira é natural do Pimenta Bueno, no interior do Estado, é pedagogo e bacharel em direito. Foi secretário de Planejamento de governos municipais, secretário de Obras e vereador durante duas gestões. Tem especialização em Planejamento Estratégico na área de gestão pública, atuou na área operacional da Caerd e em 2018 foi convidado pelo ex-governador, Daniel Pereira, a assumir a diretoria da empresa. “E agora em janeiro, o governador Marcos Rocha me conduziu para continuar essa missão de restabelecer a Companhia, reequilibrar e atender a comunidade e a população do estado de Rondônia”, define.