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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
VILHENA, RO - O delegado Núbio Lopes de Oliveira concluiu o inquérito e, na manhã de hoje, deu detalhes do duplo homicídio que chocou a cidade de Vilhena no dia 13 de dezembro, no bairro Bela Vista: foram mortos a tiros o mecânico de motos Abrão Fernandes da Silva, 29 anos, e a namorada dele, Geovana Assis Costa, 15 anos (que faria 16 no dia 24).
Ao se entregar, o autor do crime, Wesley do Nascimento Souza, 26, revelou em depoimento que estava sendo ameaçado por Abrão em virtude de um relacionamento dele com Geovana. Também disse que havia procurado o casal apenas para conversar.
Também em seu interrogatório, o assassino confesso admitiu que, após executar o rival, pegou a arma que estava com ele e fugiu. Acrescentou também que não foi ele o autor dos tiros que mataram a garota, que era sua ex-namorada. Lembre aqui.
POLÍCIA DESMENTE TUDO
Ao comentar as justificativas de Wesley, conhecido como “Ceará”, o delegado disse que está descartada a traição de Geovana. O casal vivia o tempo inteiro junto, inclusive trabalhando na mesma empresa, e a adolescente sequer tinha celular.
Por pressão do atual namorado, a menina usava o celular dele para se comunicar com a família, que não aprovava a relação dos dois, justamente pelo fato de Abrão ser muito ciumento e possessivo.
TERERÉ NA NOITE ANTERIOR
No dia anterior ao duplo assassinato, o trio (Abrão, Wesley e Geovana) participaram de uma roda de tereré. Foi nesse evento que o assassino pediu emprestada a moto de um dos outros participantes, cujo nome não foi revelado. O dono do veículo saberia que ele seria usado no crime, mas a polícia não tem como provar esta suspeita.
AMEAÇAS
Em contato com uma irmã, Geovana relatou que ela e Abrão estavam recebendo ameaças, mas não quis entrar em detalhes. A outro familiar, ela revelou saber que o namorado era o autor do assassinato do vigilante de um posto na região central da cidade.
“MORREU DE GRAÇA”
Para a polícia, a adolescente morreu apenas por “estar com a pessoa errada e no lugar errado. O delegado disse que havia uma “treta” entre Abrão e Wesley, mas as investigações não chegaram a apontar a real motivação para o acerto de contas entre os dois.
Segundo a investigação, Abrão levou um tiro no braço e outros 14 nas costas. Já a menor tomou um disparo no braço, ao tentar se defender, e outros dois na cabeça, feitos de cima para baixo, ou seja, quando ela já estava caída. A polícia acredita que ela tenha sido sumariamente executada apenas para não reconhecer o assassino.
TRIPLAMENTE QUALIFICADO
Ao concluir o inquérito, o delegado indiciou Ceará por duplo homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, sem dar chance de defesa às vítimas e morte (de Geovana) para assegurar sua impunidade.
BALÍSTICA VAI APONTAR O QUE HOUVE
Exames da balística, cujos resultados devem sair nos próximos dias, vão confirmar o desmentir as duas versões do assassino confesso: primeira, a de que as balas que mataram Geovana saíram da arma de Abrão, e segunda, de que ele usou o revólver da vítima quando a munição de sua pistola acabou.