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    porto velho, domingo 24 de novembro de 2024

Garota de 15 anos foi assassinada por “estar no lugar errado”

No dia anterior ao crime, os três envolvidos tomaram tereré juntos


Folha do Sul

Publicada em: 27/12/2018 15:03:40 - Atualizado


VILHENA, RO - O delegado Núbio Lopes de Oliveira concluiu o inquérito e, na manhã de hoje, deu detalhes do duplo homicídio que chocou a cidade de Vilhena no dia 13 de dezembro, no bairro Bela Vista: foram mortos a tiros o mecânico de motos Abrão Fernandes da Silva, 29 anos, e a namorada dele, Geovana Assis Costa, 15 anos (que faria 16 no dia 24).

Ao se entregar, o autor do crime, Wesley do Nascimento Souza, 26, revelou em depoimento que estava sendo ameaçado por Abrão em virtude de um relacionamento dele com Geovana. Também disse que havia procurado o casal apenas para conversar.

Também em seu interrogatório, o assassino confesso admitiu que, após executar o rival, pegou a arma que estava com ele e fugiu. Acrescentou também que não foi ele o autor dos tiros que mataram a garota, que era sua ex-namorada. Lembre aqui.

POLÍCIA DESMENTE TUDO
Ao comentar as justificativas de Wesley, conhecido como “Ceará”, o delegado disse que está descartada a traição de Geovana. O casal vivia o tempo inteiro junto, inclusive trabalhando na mesma empresa, e a adolescente sequer tinha celular.

Por pressão do atual namorado, a menina usava o celular dele para se comunicar com a família, que não aprovava a relação dos dois, justamente pelo fato de Abrão ser muito ciumento e possessivo.

TERERÉ NA NOITE ANTERIOR
No dia anterior ao duplo assassinato, o trio (Abrão, Wesley e Geovana) participaram de uma roda de tereré. Foi nesse evento que o assassino pediu emprestada a moto de um dos outros participantes, cujo nome não foi revelado. O dono do veículo saberia que ele seria usado no crime, mas a polícia não tem como provar esta suspeita.

AMEAÇAS
Em contato com uma irmã, Geovana relatou que ela e Abrão estavam recebendo ameaças, mas não quis entrar em detalhes. A outro familiar, ela revelou saber que o namorado era o autor do assassinato do vigilante de um posto na região central da cidade.

“MORREU DE GRAÇA”
Para a polícia, a adolescente morreu apenas por “estar com a pessoa errada e no lugar errado. O delegado disse que havia uma “treta” entre Abrão e Wesley, mas as investigações não chegaram a apontar a real motivação para o acerto de contas entre os dois.

Segundo a investigação, Abrão levou um tiro no braço e outros 14 nas costas. Já a menor tomou um disparo no braço, ao tentar se defender, e outros dois na cabeça, feitos de cima para baixo, ou seja, quando ela já estava caída. A polícia acredita que ela tenha sido sumariamente executada apenas para não reconhecer o assassino.

TRIPLAMENTE QUALIFICADO
Ao concluir o inquérito, o delegado indiciou Ceará por duplo homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, sem dar chance de defesa às vítimas e morte (de Geovana) para assegurar sua impunidade.

BALÍSTICA VAI APONTAR O QUE HOUVE
Exames da balística, cujos resultados devem sair nos próximos dias, vão confirmar o desmentir as duas versões do assassino confesso: primeira, a de que as balas que mataram Geovana saíram da arma de Abrão, e segunda, de que ele usou o revólver da vítima quando a munição de sua pistola acabou.


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