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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
ARIQUEMES, RO -Um empresário de 54 anos teve 70% do corpo queimado, na madrugada desta quarta-feira (8), ao entrar no próprio estabelecimento para tentar apagar um incêndio, em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. A vítima conseguiu sair do prédio após quebrar a porta frontal com um extintor e sofreu queimaduras de segundo grau.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas na revendedora de piscinas e produtos de limpeza, localizada na Avenida Jamari, no Setor 2 do município, iniciaram por volta das 4h30 desta quarta.
De acordo com os bombeiros, o fogo iniciou no depósito da loja e o vigia da empresa percebeu o incêndio, quando chamou o proprietário, que mora ao lado do local.
Desesperado, o empresário entrou na loja pela porta dos fundos, único acesso que possuía, para tentar apagar o fogo. Mas parte do teto desabou e impediu a passagem pelos fundos, deixando o homem preso na loja.
Para se salvar, o homem usou o extintor que havia pegado para apagar as chamas, quebrou a porta de vidro da frente e conseguiu sair.
Homem conseguiu se salvar após quebrar porta de vidro da frente com extintor. — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Os bombeiros acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) para prestar os atendimentos de primeiros socorros ao empresário, que foi encaminhado ao Hospital Regional de Ariquemes.
Posteriormente, os bombeiros adentraram no estabelecimento para conter as chamas e evitar que o fogo se propagasse para imóveis vizinhos, assim como se espalhasse para outros produtos químicos que estavam no depósito.
O tenente dos bombeiros de Ariquemes, Geanderson Maia, explicou a atuação dos combatentes na localidade, tendo em vista a existência de um vasto material químico.
“Nos pautamos sob os nossos conhecimentos técnicos e utilizamos os manuais da Associação Brasileira da Indústria Química [Abquim], onde contém todas as informações sobre aqueles produtos ali existentes. Assim, conseguimos identificar os produtos de maiores riscos, para que não fosse feito um combate inadequado e colocasse em risco a vida dos militares”, comentou.
Ainda conforme Geanderson, dentro do depósito haviam produtos químicos de propriedade pirofórica, que reagem em contato com a água. Mas os produtos estavam isolados dos demais, e não causaram risco no combate ao incêndio.
“Em alta temperatura, esses produtos ionizam a água e liberam mais calor, quando a água é jogado nesse produto de alta intensidade calorífica, ela se decompõe em oxigênio e hidrogênio, que são combustível e comburente. Então, se alimentarmos o fogo com esses dois elementos, ocorre uma reação violenta”, detalhou.
Incêndio iniciou por volta das 4h30, desta quarta-feira (8). — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Depois de alguns minutos de trabalho, os bombeiros conseguiram conter as chamas. Já na manhã desta quarta, a perícia técnica compareceu no local, mas não pôde iniciar os trabalhos investigativos, pois ainda havia muita fumaça tóxica. Ainda não há nenhuma suspeita do que pode ter causado o incêndio.
O empresário sofreu queimaduras de segundo grau em 70% do corpo e passou por um procedimento para limpeza dos ferimentos, na manhã desta quarta, no Hospital Regional de Ariquemes.
Existe a preocupação dele ter inalado fumaça tóxica, provocada pelos vapores de hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio.
O homem aguarda a transferência para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas até o fim da manhã, não haviam vagas em Ariquemes e em Porto Velho. A previsão é de que ele seja transferido para a UTI de um hospital particular do município até o fim do dia.