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    porto velho, domingo 24 de novembro de 2024

Audiência de porteiro indiciado por omissão de socorro é marcada para novembro

Ministério Público propôs uma transação penal, espécie de acordo para infrações consideradas menores, para Gilmar Agostini.


G1

Publicada em: 16/09/2023 10:01:36 - Atualizado


BRASIL - Além de aceitar a denúncia e tornar réu o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre por lesão corporal e injúria por homofobia cometidos contra o ator Victor Meyniel, a Justiça também já definiu a situação do porteiro Gilmar José Agostini.

Ele foi indiciado por omissão de socorro por não ter feito nenhum tipo de intervenção ou chamado socorro imediato para o momento em que Meyniel era agredido.

Por se tratar de uma infração menor — não aplicável em omissões que resultem em morte —, o Ministério Público ofereceu o benefício de transação penal, que foi aceito pela Justiça, que marcou a audiência especial para o dia 7 de novembro.

A transação penal é um tipo de acordo proposto pelo MP em que um indiciado concorda com a aplicação de uma pena restritiva de direito ou de uma multa e, em troca, tem o processo extinto.

Já no caso do estudante Yuri de Moura Alexandre, a 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público e o tornou réu por lesão corporal e injúria por homofobia — cometidos contra Meyniel —, e por falsa identidade, por ter se apresentado como médico da Aeronáutica.

Yuri também teve a prisão preventiva mantida.

O caso aconteceu no dia 2 de setembro, em um prédio em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro e, de acordo com a denúncia, além de espancar o ator, Yuri o ofendeu utilizando-se de expressões homofóbicas.

    Relembre o caso

    A agressão aconteceu por volta das 8h de 2 de setembro. Victor e Yuri se conheceram em uma casa noturna em Copacabana e foram para o apartamento de Yuri.

    Victor diz que, já no apartamento, o comportamento de Yuri mudou depois que uma amiga dele, que também mora no imóvel, chegou.

    "Parece que virou uma chave, me botou para fora, me empurrou. E aí nisso que ele me empurrou, como eu estava sem sapato, porque eu tirei para ficar no sofá, eu estava no chão, ele me empurrou, foi e tacou o sapato [em mim]", contou.

    A TV Globo teve acesso aos vídeos com toda movimentação na portaria (veja no alto da reportagem).

    • Após o início do desentendimento, os dois discutem no corredor e descem para o térreo em elevadores separados.
    • Às 8h19, uma câmera registra o porteiro Gilmar José caminhando até um dos elevadores, com uma ferramenta para abrir a porta que parece estar emperrada.
    • Yuri, que desceu por outro elevador, aparece na imagem e fica perto da porta, observando o trabalho de Gilmar, que consegue abrir a porta às 8h20.
    • Victor sai do elevador e volta a discutir com Yuri, que não aparece nas imagens. O porteiro não interfere e volta para seu posto, na bancada da portaria.
    • Yuri reaparece na imagem e sai gesticulando pelo corredor.
    • Os dois continuam discutindo e Yuri empurra Victor, que volta, pega seu tênis e também vai em direção à portaria do prédio. Nesse momento, Victor chega a se apoiar na bancada onde está o porteiro, que fala com os dois.
    • Às 8h24, as agressões começam. Victor sai e Yuri vai atrás. Outra câmera do prédio mostra o estudante dando socos na cabeça de Victor. Enquanto Victor é espancado, o porteiro observa, sem pedir ajuda.
    • O ator fica no chão e Yuri não aparece mais nas imagens. Pouco tempo depois, o porteiro levanta o ator e volta para o seu lugar. Victor disse que Gilmar o retirou do local dizendo que ele estava atrapalhando a passagem.




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