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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
RIO DE JANEIRO - O juiz Flávio Itabaiana de Olveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio, autorizou o Ministério Público a quebrar o sigilo telefônico e telemático dos alvos da operação deflagrada nesta quarta-feira (18/11) para colher provas de um suposto esquema de rachadinha envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Entre os listados está Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar.
Desde as primeiras horas do dia, equipes do Ministério Público do Rio cumprem mandados de busca e apreensão contra Queiroz e a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle.
As ações fazem parte da investigação sobre movimentações suspeitas na conta do ex-assessor. A suspeita é de que 74 funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) repassavam parte dos salários ao senador.
Continua depois da publicidadeEquipes de investigação miram o irmão de Ana Cristina, primos e outros parentes que teriam participado do esquema. Ela é mãe de Jair Renan, filho mais novo do presidente da República. Nem o jovem nem o pai dele são investigados no inquérito que chegou a ficar parado por ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Flávio nega ter cometido irregularidades. Queiroz afirma que o dinheiro movimentado teve origem na venda de automóveis. Ana Cristina ainda não se manifestou sobre o caso.
No despacho que autoriza o cumprimento dos mandados, o juiz permite “acesso a extração de qualquer conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, inclusive registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos WhatsApp”. A coleta de mensagens e ligações deve esclarecer informações relevantes sobre o caso e pode implicar o envolvimento de outras pessoas, inclusive autoridades com foro.