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    porto velho, quinta-feira 25 de abril de 2024

Polarização política e uso da presidência motivaram racha na OAB

Santa Cruz não disputará nenhum cargo na entidade este ano.


oantagonista

Publicada em: 08/05/2021 11:23:16 - Atualizado

Um manifesto divulgado no fim de abril por três dos cinco membros da diretoria do Conselho Federal da OAB foi a catarse de uma ruptura que começou antes da pandemia. A polarização política entre Felipe Santa Cruz e Jair Bolsonaro, mais o sonho do presidente da OAB em ser senador da República foram os motivos do racha na entidade que representa a advocacia, segundo interlocutores ouvidos por O Antagonista.

Santa Cruz não disputará nenhum cargo na entidade este ano. É uma regra não oficial na OAB, mas sempre respeitada nos bastidores, de que o presidente do Conselho Federal não disputa mais cargos na advocacia por ter alcançado o posto máximo. Mas suas pretensões para 2022, segundo apurou O Antagonista, o fizeram deixar a Ordem dos Advogados um pouco de escanteio.

O nome de Santa Cruz foi ventilado para disputar o governo do Rio de Janeiro —sua proximidade com João Doria é conhecida. Mas ele também procurou o PDT, e ouviu de Carlos Lupi, presidente da sigla, que não teria espaço para disputar o Senado, apenas uma vaga na Câmara dos Deputados.

A polarização entre Santa Cruz e o governo desagradou tanta gente que os dois candidatos à sucessão do atual presidente defendem uma OAB “sem partido”. O mote da campanha de ambos já está dado: esquecer a politização e focar nos problemas da advocacia, que paga altas quantias de anuidade e está à deriva em meio a maior crise sanitária do século.

Um dos candidatos é Luiz Viana, atual vice-presidente do conselho federal e ex-presidente da OAB Bahia por dois mandatos consecutivos. Seu adversário é o amazonense José Alberto Simonetti, secretário-geral da entidade que tem a simpatia de Santa Cruz, mas não seu apoio declarado. Porém, nos bastidores, o presidente da OAB tem pedido votos para este último.


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