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    porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024

Justiça arquiva investigação contra policiais do Bope por morte de sequestrador de ônibus

Juíza seguiu relatórios da Polícia Civil e do Ministério Público estadual que consideraram o caso como uma excludente de ilicitude pelo estrito cumprimento do dever legal.


G1

Publicada em: 04/02/2022 09:12:36 - Atualizado


BRASIL - A juíza Tula de Mello, do Tribunal de Justiça do Rio, arquivou o processo que apurou a legitimidade ou não da ação de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no sequestro de um ônibus, em agosto de 2019, na Ponte Rio-Niterói.

Na ocasião, William Augusto da Silva, de 20 anos, que sequestrou o ônibus, morreu após ser atingido por disparo de um atirador de elite do Bope. Seis disparos foram realizados, e não foi informado quantos atingiram William.

A magistrada decidiu com base nos relatórios da Polícia Civil e do Ministério Público que apontaram a operação como legítima. De acordo com a delegada Maria Aparecida Trotta, a ação foi tipificada como "excludente de ilicitude" por qualificar a atuação policial como o "estrito cumprimento do dever legal".

20 de agosto - O sequestrador do ônibus da viação Galo Branco é visto na ponte Rio-Niteroi. Ele foi morto por um atirador da polícia depois de 3 horas e meia de cerco do sequestro na Ponte. Willian Augusto da Silva tinha uma arma de brinquedo e ameaçava incendiar o coletivo — Foto: Ricardo Cassiano/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Em 20 de agosto de 2019, entre 5h e 9h30, William fez refém um ônibus que seguia no sentido Rio da ponte. O jovem carregava um simulacro de arma de fogo, uma faca, uma arma de choque e material inflamável.

Após entrar no ônibus, William fez os passageiros reféns e determinou que o veículo fosse parado e ficasse cruzado na pista, paralisando o tráfego na região.

De acordo com os depoimentos, o rapaz exigiu que uma passageira amarrasse as mãos das outras pessoas que estavam no interior do ônibus. Depois determinou que as luzes internas do veículo fossem desligadas.

Atirador de elite sobre caminhão do Corpo de Bombeiros mira ônibus na Ponte Rio-Niterói — Foto: Flávio Capitoni/ TV Globo

Com a chegada das forças de segurança, William pediu R$ 30 mil para liberar os reféns. Caso não fosse atendido, segundo as testemunhas, mataria a todos.

Negociadores do Bope foram ao local e atiradores da polícia foram posicionados para o disparo. A equipe recebeu o "sinal verde" e um disparo foi feito contra William que morreu na hora.

O então governador Wilson Witzel foi de helicóptero até o local. A aeronave pousou na pista da ponte e Witzel foi fotografado correndo até o ônibus e comemorando (veja abaixo).

Witzel comemora ação que pôs fim a sequestro na Ponte Rio-Niterói — Foto: Reprodução/TV Globo

O promotor Alexandre Murilo Graça pediu o arquivamento do caso seguindo relatório da delegada Maria Aparecida Trotta.

"Diante do exposto, face à excludente de ilicitude e entendendo que falece de justa causa para o oferecimento da denúncia requer o Ministério Público o arquivamento do presente feito".

"O arquivamento deste inquérito só confirma a conduta lícita e prudente dos policiais do Bope, que atuaram no estrito cumprimento do dever legal e na legítima defesa de terceiros”, diz o advogado Patrick Berriel.


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