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porto velho, domingo 1 de junho de 2025
MUNDO: Portugal se juntou nas eleições do fim de semana à lista dos países europeus nos quais partidos ultraconservadores crescem exponencialmente. A tendência deve se confirmar em escala continental nas eleições para o Parlamento Europeu, em junho.
Nos últimos dois anos, políticos anti-imigração passaram a governar ou a fazer parte de coalizões na Itália, Grécia, Suécia e Finlândia. França, Alemanha e Holanda também experimentam crescimento expressivo desses grupos.
O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, que deve se tornar o próximo primeiro-ministro de Portugal, depois de sair na frente com 79 das 230 cadeiras do Parlamento, garante que cumprirá a palavra e não fará aliança com o Chega. O partido ultranacionalista quadruplicou sua bancada para 48 deputados.
André Ventura, líder do Chega, adverte que o país mergulhará na instabilidade se não o seu partido for excluído do governo. Na verdade, a instabilidade já está instalada: o primeiro-ministro socialista António Costa, reeleito em 2022, teve de renunciar por causa de um escândalo de corrupção envolvendo a concessão de licenças para minas de lítio e produção de hidrogênio por funcionários de seu governo.
Ventura defende ao mesmo tempo cortes nos impostos e aumentos de aposentadorias e salários públicos — uma conta que não fecha, mas seduz muitos eleitores, combinada com sua repulsa aos estrangeiros, que tem crescido nos últimos anos em Portugal, como em outras partes da Europa.