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porto velho, sábado 21 de dezembro de 2024
O dólar despencou quase 2% nesta terça-feira (10) e fechou abaixo dos R$ 3,80 pela primeira vez em duas semanas. Foi um dia favorável aos mercados de risco, ainda que a Bolsa brasileira tenha terminado o dia em queda.
A moeda americana recuou 1,84%, a R$ 3,798, movimento que ocorreu em linha com pares latino-americanos. De uma cesta de 24 divisas emergentes, o peso argentino foi a que mais avançou ante o dólar nesta terça. Os pesos mexicano, chileno e colombiano também subiram.
"Não é um processo exclusivo do real, não tem relação com nosso noticiário político. Normalmente o primeiro suspeito [para mudanças no câmbio] está lá fora", diz a economista do Santander Adriana Dupita.
Na semana passada, a expectativa de acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China deixou os mercados mais tensos. Não houve nenhuma mudança no cenário desde a última sexta-feira, quando as tarifas americanas a produtos chineses entraram em vigor, mas analistas e investidores passaram a interpretar as informações de forma mais benigna, avalia Dupita.
Os juros futuros negociados na B3 também caíram nesta terça. Para a economista do Santander, o dólar mais fraco diminui a pressão sobre a inflação e ajuda a controlar as projeções para as taxas de juros.
O CDS (espécie de seguro contra calotes de países) do Brasil recuou mais de 2%, outra medida de maior disposição de investidores ao risco.
Nos próximos dias, sem a divulgação de indicadores importantes para a economia tanto no Brasil quanto no exterior, o mercado deve continuar se pautando pela releitura de dados já conhecidos.
As principais Bolsas americanas e europeias terminaram o dia no positivo, mas o Ibovespa recuou 0,20%, a 74.862 pontos.
O desempenho negativo foi puxado pelas ações da Petrobras, Vale e dos bancos. Quando o dólar cai, companhias com receitas em dólar, justamente como Vale e Petrobras, podem registrar baixas. Com informações da Folhapress.