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porto velho, sábado 18 de janeiro de 2025
MUNDO: Não é apenas a macroeconomia. Em ano eleitoral, no qual parte do Congresso será renovado na Argentina e o governo calcula que poderá ganhar musculatura, o presidente Javier Milei soma também um outro trunfo: a menor taxa de homicídios em 25 anos.
No primeiro ano da gestão, com um discurso linha-dura na segurança pública, o índice que mede o número de assassinatos a cada 100 mil habitantes foi de 3,8, o menor desde que há registros, iniciados no ano 2000. Isso enquadra o país entre as taxas mais baixas da região.
Ao todo, foram 1.810 homicídios dolosos no país, 11,5% a menos do que em 2023. Mais expressivas foram as reduções na província litorânea de Santa Fe e em seu município de Rosário, que se tornou uma espécie de joia do narcotráfico. Os assassinatos caíram, respectivamente, 55% e 65%, segundo as informações enviadas à reportagem. Esses foram os menores números em pelo menos uma década nessas regiões.
Os dados gerais foram antecipados pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, nome forte deste atual governo. Ex-candidata à Presidência e, ironicamente, ex-membro do grupo guerrilheiro Montoneros na época da ditadura militar argentina (1976-1983), ela é a ministra mais popular, com taxas de aprovação que às vezes superam as de Milei, acima de 50%.
A questão da violência não é recente e vinha se agravando. Por que, apenas agora, uma solução parece ter emergido? Gustavo Gonzalez, professor e pesquisador da Universidade Nacional do Litoral, de Santa Fe, um dos principais acadêmicos da área no país, diz que foi chave a atuação conjunta do governo nacional com a província.
"Houve uma aliança que distensionou a relação e que teve um impacto fundamental para a distribuição territorial entre forças de segurança nacionais e forças de segurança provinciais", explica.
"Pegou-se um mapa de Rosário e, em cima dele, distribuíram-se as zonas que ficariam sob atribuição de cada grupo, com um comando unificado à parte que se reúne periodicamente."