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porto velho, sexta-feira 24 de janeiro de 2025
MUNDO: A bispa Mariann Edgar Budde afirmou que não vai pedir desculpas ao presidente Donald Trump pelas falas ditas em um sermão após a posse do republicano. Durante uma missa em Washington, ela fez um apelo direto a Trump, pedindo compaixão em relação aos imigrantes e à comunidade LGBTQIA+.
"Eu lamento que isso tenha causado o tipo de resposta que causou, no sentido de que realmente confirmou exatamente aquilo sobre o que eu estava falando antes, que é nossa tendência de pular direto para a indignação e não falar uns com os outros com respeito", afirmou Mariann, em entrevista à National Public Radio (NPR). "Mas não, eu não vou me desculpar pelo que disse", acrescentou.
À Associated Press, a bispa também disse que não considera Trump um inimigo. "Acredito que podemos discordar respeitosamente, expor nossas ideias e continuar defendendo as convicções que nos foram dadas, sem recorrer à violência verbal."
Entenda o caso
O apelo de Mariann foi feito em uma missa na última terça-feira, 21, apenas um dia após Trump anunciar medidas severas contra a imigração, incluindo a revogação da cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais e a ampliação da repressão nas fronteiras com auxílio do Exército.
Budde, primeira mulher a ocupar o cargo de bispa na capital dos EUA pela Igreja Episcopal desde 2011, utilizou o púlpito para criticar as ações do governo. Ela destacou as consequências das medidas para famílias imigrantes e para a comunidade LGBTQIA+ em meio ao cenário político polarizado.
"Nosso Deus nos ensina a sermos misericordiosos com o estrangeiro", disse. Com palavras incisivas, a bispa destacou o medo que permeia as comunidades afetadas. "As pessoas que colhem em nossas plantações, limpam nossos prédios, trabalham em granjas, frigoríficos e hospitais podem não ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa", afirmou.