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porto velho, sexta-feira 6 de junho de 2025
MUNDO: Um prédio que muda de cor com o sol e custou US$ 800 milhões se transformou em um exemplo de excesso na arquitetura de luxo. Hoje, apenas 3 pessoas vivem nesse arranha-céu espelhado de alta tecnologia.
No coração de uma das cidades mais caras do planeta, um arranha-céu espelhado com tecnologia de ponta e design futurista domina o horizonte – o Glass Residence Tower. Projetado para ser um marco da arquitetura de luxo e da engenharia urbana moderna, o edifício chamou atenção global por sua fachada de vidro inteligente, capaz de mudar de cor conforme a incidência solar. Mas o que deveria ser um símbolo de inovação transformou-se, anos depois, em um enigmático prédio vazio bilionário. Avaliado em mais de US$ 800 milhões, o projeto foi aclamado como uma “torre inteligente” que redefiniria os limites do luxo, da eficiência energética e da estética arquitetônica.
No entanto, com apenas três moradores confirmados ocupando suas dezenas de andares, a torre passou a ser símbolo de desperdício, especulação imobiliária e descolamento da realidade urbana.
O grande diferencial do edifício está na sua pele de vidro dinâmica. Trata-se de uma fachada composta por painéis fotocromáticos, que reagem à intensidade da luz solar e alteram sua coloração ao longo do dia, indo do dourado ao azul-acinzentado.
Segundo o relatório técnico publicado no ArchDaily, essa fachada foi desenvolvida para:
Essa característica deu ao prédio a alcunha de “camaleão de vidro”, atraindo elogios da crítica especializada e sendo apontado como um dos primeiros exemplos funcionais de arquitetura responsiva em larga escala.
Localizado em uma zona nobre de Shenzhen, na China — uma das cidades mais tecnológicas e caras da Ásia —, o prédio foi idealizado como um ponto de convergência entre design futurista e moradia de altíssimo padrão.
O problema: A região, embora moderna, já conta com um excesso de empreendimentos de luxo voltados para um público extremamente restrito. Segundo a Bloomberg, o mercado imobiliário chinês enfrenta uma saturação no topo da pirâmide, ao mesmo tempo em que vive uma crise de crédito e confiança nos investidores.