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    porto velho, sábado 27 de dezembro de 2025

Apesar de acordo, China mantém restrições a terras-raras usadas pelos Estados Unidos

Apesar de acordo entre Trump e Xi, indústria americana relata dificuldade para obter insumos


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Publicada em: 26/12/2025 09:15:38 - Atualizado


MUNDO: Mesmo após um acordo firmado em outubro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping para suspender restrições ao fornecimento de terras-raras, a China continua limitando o acesso dos Estados Unidos a matérias-primas essenciais para a produção doméstica de ímãs permanentes e outros produtos estratégicos. A avaliação é de participantes do mercado, autoridades americanas e especialistas em comércio ouvidos sob condição de anonimato. A informação é da Bloomber News.

Segundo essas fontes, Pequim ampliou o envio de produtos acabados especialmente ímãs permanentes, mas mantém restrições sobre os insumos básicos, como óxidos e metais de terras-raras, o que impede a indústria americana de desenvolver sua própria cadeia produtiva. O fortalecimento dessa capacidade é considerado prioridade estratégica pelo governo dos EUA.

O impasse evidencia tensões persistentes entre Washington e Pequim nos meses seguintes ao acordo anunciado após encontro entre Trump e Xi, em 30 de outubro, na Coreia do Sul. Na ocasião, os EUA reduziram tarifas e a China se comprometeu a restabelecer o fornecimento de terras-raras. Trump chegou a afirmar que o entendimento equivaleria à “remoção de fato” das restrições chinesas.

Na prática, porém, a limitação do acesso às matérias-primas afeta os esforços dos EUA para construir uma indústria própria de processamento de terras-raras, usadas em produtos que vão de bens de consumo a sistemas militares. A China consolidou ao longo dos últimos anos um domínio quase monopolista desse mercado em escala global.

Dados oficiais chineses divulgados em 20 de dezembro mostram que as exportações de ímãs de terras-raras para os EUA caíram 11% em novembro em relação a outubro, embora permaneçam acima dos níveis registrados no período de restrições mais severas, em abril. No total, as exportações chinesas de elementos e produtos de terras-raras aumentaram 13% em novembro, segundo cálculos da Bloomberg com base em dados alfandegários.

O Ministério do Comércio da China afirmou que oscilações mensais no comércio são “normais” e reiterou o compromisso do país com a estabilidade das cadeias globais de suprimentos. Pequim também informou ter aprovado alguns pedidos de exportação, mas mantém restrições quando os destinatários estão ligados ao setor militar.


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