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porto velho, segunda-feira 23 de dezembro de 2024
Dezenas de mulheres protestaram hoje no red carpet do Festival de Cinema de Cannes pelo direito ao aborto, antes da estreia do documentário argentino 'Que sea ley', de Juan Solanas, sobre a temática.
De acordo com a imprensa francesa, cerca de 60 mulheres, empunhando uma tarja e bandeiras verdes, cor escolhida pelo movimento pró-escolha na Argentina, protestaram depois da rejeição de uma lei para legalizar o aborto na Argentina.
A lei foi rejeitada no ano passado, mas irá outra vez a votação, numa versão modificada, no dia 28 de maio.
Além disso, de acordo com os organizadores, o protesto é também uma reação à aprovação, em vários estados norte-americanos, de leis que limitam o direito ao aborto ou tentam mesmo aboli-lo, como aconteceu esta semana no Alabama e no Missouri.
Apesar de ser um direito constitucional nos EUA, o aborto corre o risco de se tornar ilegal.
A estratégia dos movimentos pró-vida por trás destas novas leis é levar o Supremo Tribunal (com uma composição mais conservadora após as nomeações de juízes feitas por Donald Trump) a rever a jurisprudência que autoriza o aborto em todo o país.
O Alabama e o Missouri juntam-se a seis outros Estados que têm vindo a fazer um caminho no sentido de limitar seriamente o direito constitucional ao aborto: Arkansas, Kentucky, Mississipi, Dakota do Norte, Ohio e Georgia.
O Festival de Cinema de Cannes, cujo júri oficial é este ano presidido pelo mexicano Alejandro González Iñárritu, começou na terça-feira e termina no dia 25 de maio.