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Boris Johnson declara 'morto' acordo para o Brexit e quer um novo

"A solução ['backstop'] está morta, não serve, tem de sair", disse o novo ministro


Notícias ao Minuto

Publicada em: 30/07/2019 13:34:22 - Atualizado


O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reiterou hoje, que o acordo para o 'Brexit' negociado pela antecessora Theresa May com Bruxelas "está morto" e que quer negociar um acordo novo sem a solução para a Irlanda do Norte.

Durante uma visita à Escócia, Johnson disse à BBC: "A solução ['backstop'] está morta, não serve, tem de sair. O acordo de saída está morto, tem de ir. Mas há margem para negociar um acordo novo".

A Irlanda do Norte pretende evitar uma fronteira física com a República da Irlanda e implica que a província britânica fique alinhada com as regras do mercado comum até ser assinado um acordo de comércio livre entre o Reino Unido e União Europeia (UE).

Bruxelas reiterou na semana passada que a UE não pretende renegociar o documento alcançado após quase dois anos de negociações com Theresa May.

O primeiro-ministro britânico adiantou que Londres teve contatos hoje com o governo irlandês sobre os "limites" do novo governo e que garantiu estar empenhado em negociações com os 27 países para conseguir um acordo de comércio livre. "Estamos muito confiantes que, com boa vontade de ambos os lados, duas entidades maduras, o Reino Unido e a UE, vão conseguir concluir isto ['Brexit']", disse.

Johnson falava durante uma visita à Escócia, onde revelou um fundo de financiamento de 300 milhões de libras para o território e as outras províncias autônomas, como País de Gales e Irlanda do Norte, as quais pretende visitar nos próximos dias.

A visita pelo país pretende "renovar os laços que ligam" as diferentes nações do Reino Unido antes do 'Brexit', mas a chefe do executivo autônomo escocês, Nicola Sturgeon, já ameaçou com um novo referendo à independência da Escócia no caso de uma saída sem acordo.

O sucessor de Theresa May enfrenta também oposição a uma saída sem acordo da líder do próprio partido Conservador escocês, Ruth Davidson, que criticou Johnson no passado e não apoiou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros na eleição para a liderança do partido Conservador.

Hoje, após um encontro, Davidson adiantou terem discutido uma variedade de temas, incluindo o 'Brexit' e "a necessidade de ter certeza" de que será possível chegar a um acordo. "E eu apoio o primeiro-ministro incondicionalmente para conseguir esse acordo", enfatizou.

Desde a entrada em funções, na semana passada, que o novo primeiro-ministro tem proclamado a necessidade de preparar o país para um 'Brexit' sem acordo a 31 de outubro, tendo criado um comitê dentro do governo para acelerar os preparativos, que hoje se reuniu pela primeira vez.

O comitê é formado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, do 'Brexit', Steve Barclay, das Finanças, Sajid Javid, do Gabinete, Michael Gove, e o procurador-geral, Geoffrey Cox.

Hoje de manhã, a Confederação da Indústria Britânica, o maior grupo de empresários britânicos, publicou um estudo que conclui que nem o Reino Unido nem a UE estão preparados para o 'Brexit' e faz 200 recomendações a ambos os lados, incluindo novas leis, novos sistemas informáticos e acordos para manter temporariamente algumas regulamentações comuns.

Entretanto, o presidente-executivo do grupo automóvel PSA, o português Carlos Tavares, disse, numa entrevista ao Financial Times, que a ausência de um acordo resultaria no encerramento da fábrica da Opel (que no Reino Unido opera com a marca Vauxhall, em Ellesmere Port, no País de Gales, ameaçando 1.000 postos de trabalho.


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