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porto velho, quarta-feira 25 de dezembro de 2024
O debate dos pré-candidatos democratas à Presidência dos Estados Unidos começou com a inevitável pergunta: qual a sua posição sobre o processo de impeachment de Donald Trump?
A senadora Elizabeth Warren, atualmente segunda favorita nas pesquisas, repetiu uma frase usada pela presidente da Câmara dos Deputados, sua colega democrata Nancy Pelosi: "Ninguém está acima da lei".
O senador Bernie Sanders, considerado uma espécie de mentor de Warren, acrescentou que Trump é o "presidente mais corrupto" da história americana, e também endossou o impeachment do mandatário.
Joe Biden, o primeiro nas pesquisas, apontou para a decisão do presidente de não colaborar com os pedidos da Câmara, impedindo funcionários do Executivo de depor e barrando entrega de documentos. "Eles [os deputados] não têm outra escolha se não ir em frente", disse.
A fala de Biden não é novidade. Na última terça (9), ele abandonou seu posicionamento cauteloso em relação ao futuro de Trump e apoiou abertamente o impeachment, dizendo que o presidente havia "traído a nação".
O pré-candidato é alvo de ataques dos republicanos e da desconfiança dos democratas depois que seu filho foi citado em um telefonema de Trump com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, no qual o americano pediu a seu par que investigasse o trabalho de Hunter Biden para uma empresa ucraniana.
Mais cedo nesta terça (15), Hunter afirmou em uma entrevista que não trabalhará para nenhuma companhia estrangeira caso seu pai seja eleito. Biden citou a fala do filho, afirmando que ela "falava por si mesma" e defendeu a conduta de sua família em relação à Ucrânia.
Além dos três principais competidores pela nomeação democrata, pré-candidatos com menor exposição e desempenho nas pesquisas, como Pete Buttigieg e Kamala Harris (quarto e quinta nas sondagens, atrás de Sanders), também tinham respostas prontas de apoio ao processo contra Trump.
Tulsi Gobbard, a única no palco a ter um mandato na Câmara, onde ocorrerá a primeira votação sobre o tema, adotou um tom reticente. "Se o impeachment for motivado por esses interesses partidários, ele apenas dividirá ainda mais um país que já está dividido", disse, acrescentando que apoiava o inquérito conduzido pela Casa, que precede o voto dos deputados.
A política externa do atual presidente também foi um ponto de consenso entre os pré-candidatos. A recente decisão de Trump de retirar as tropas americanas da Síria e abrir caminho a uma ação turca contra os curdos foi amplamente criticada.
Biden buscou destacar sua experiência política à frente da vice-presidência, dizendo que já havia encontrado pessoalmente os líderes Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, e Vladimir Putin, da Rússia. No entanto, o pré-candidato evitou responder diretamente se enviaria tropas para conter o conflito no norte da Síria. "Temos um presidente errático e louco que não sabe nada sobre política externa e opera sob seu próprio medo."