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Rússia e Belarus fazem exercício militar em meio à escalada de crise migratória na região

Mais de 2 mil pessoas estão entre a Polônia e Belarus enfrentando condições que as Nações Unidas chamaram de "catastróficas"


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Publicada em: 13/11/2021 11:18:05 - Atualizado

Rússia e Belarus testaram seu poderio militar pela terceira vez esta semana perto da fronteira da Polônia com Belarus, onde milhares de pessoas estão em condições deploráveis, presas no centro de uma crise humanitária e geopolítica que se intensifica.

Na sexta-feira, Rússia e Belarus realizaram exercícios conjuntos de paraquedistas perto da Polônia, os quais o Ministério da Defesa belarusso disse estarem “em conexão com a acumulação de atividade militar perto da fronteira do estado da República de Belarus”.

Dois paraquedistas russos morreram durante as manobras após seus paraquedas falharem devido ao vento forte, informou a agência de notícias estatal TASS, citando o Ministério da Defesa da Rússia.

Cerca de 15.000 soldados poloneses foram destacados para a fronteira da Polônia com Belarus nos últimos dias, uma reação a um impasse tenso que a União Europeia, os Estados Unidos e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dizem ser do líder belarusso Aleksandr Lukashenko.

A OTAN afirmou na sexta-feira (12) que estava monitorando qualquer escalada ou provocação na situação nas fronteiras de seus membros com Belarus após os exercícios.

Os líderes ocidentais, incluindo os primeiros-ministros dos países vizinhos Polônia, Letônia e Lituânia, estão acusando o regime de Lukashenko de fabricar uma crise migratória na fronteira oriental da UE como resposta às sanções impostas pelas violações dos direitos humanos no país.

O governo de Lukashenko negou repetidamente tais reivindicações, culpando, em vez disso, o Ocidente pelas travessias e pelo tratamento dado aos migrantes.

Presos no fogo cruzado, mais de 2.000 pessoas estão entre a Polônia e Belarus enfrentando condições que as Nações Unidas chamaram de “catastróficas”, com cenas desesperadas de fome e hipotermia acontecendo em florestas geladas e em campos improvisados na fronteira.

A Rússia, o maior (e mais importante) parceiro político e econômico de Belarus, continua a defender a gestão de Minsk da crise na fronteira, ao mesmo tempo em que nega qualquer envolvimento nela.

A Rússia demonstrou esse apoio com o voo de dois bombardeiros russos supersônicos de longo alcance Tupolev Tu-22M3 sobre o espaço aéreo belarusso na quarta e na quinta-feira.

A aeronave, conhecida por ter capacidade nuclear, praticou “questões de interação com pontos de controle em terra” com as forças armadas de ambos os países, disse o Ministério da Defesa russo.

A vizinha Ucrânia também está ampliando a segurança. Na quinta-feira, anunciou que realizaria exercícios militares com cerca de 8.500 militares e 15 helicópteros em uma área próxima às suas fronteiras com a Polônia e Belarus para combater uma potencial crise migratória.

A demonstração de força que se desenrola em toda a região continua a testar uma ordem política frágil, com alegações dos Estados Unidos sobre o acúmulo militar da Rússia esta semana aprofundando as preocupações para uma crise geopolítica mais ampla.

O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse na quarta-feira que os EUA estão “preocupados com relatos de atividade militar russa incomum” e mencionou a possibilidade da Rússia “tentar repetir” sua invasão à Ucrânia em 2014.

A Rússia reagiu às alegações na sexta-feira, dizendo que elas representavam uma “escalada vazia e infundada de tensões”.


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