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porto velho, quarta-feira 22 de janeiro de 2025
MUNDO: As denúncias de assédio sexual contra quatro religiosos do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, levaram a mudanças de regras na instituição após intervenção do Vaticano, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Adolescentes com vocação religiosa que desejam conhecer o local só podem agora entrar acompanhados dos pais ou responsáveis.
De acordo com o Estadão, oito de 12 noviços deixaram o mosteiro desde 2019 em meio à crise.
As acusações, como mostrou a TV Globo, são feitas por dois jovens, que teriam sofrido assédio sexual de religiosos quando ainda eram adolescentes. Os crimes teriam ocorrido entre 2016 e 2018. Os suspeitos foram ouvidos pela polícia e negam as acusações. Três deles foram afastados do mosteiro e um morreu de Covid-19 no ano passado.
Em 2019, os 32 religiosos do mosteiro foram surpreendidos com a notificação judicial por causa das denúncias. Em seguida, a entidade recebeu uma visita apostólica. Um grupo de monges brasileiros designados pelo Vaticano se instalou no local. Mas, por causa da pandemia, a intervenção só começou em abril deste ano.
"Não foi um inquérito, mas todos foram ouvidos”, disse ao Estadão o monge Hildebrando Brito, membro da direção espiritual do mosteiro. Ele acompanha desde o início a ação dos interventores chefiados pelo frei Evaldo Xavier, da Ordem dos Carmelitas. “O mosteiro ficou congelado desde o início da visita. Todas as áreas têm de passar suas informações. Estamos seguindo com fidelidade as orientações propostas pelo Vaticano”, explicou.
As visitas são controladas em um protocolo trazido pelo interventor. Além de terem o acompanhamento dos pais, agora os jovens são recebidos por um monge específico, que foi designado para recebê-los. Antes, diferentes religiosos estavam aptos a recepcionar os visitantes. Houve também mudanças na hierarquia e trocas de cargo.