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porto velho, quarta-feira 22 de janeiro de 2025
MUNDO - O crescimento das vendas do varejo com as compras de Natal deu uma injeção de ânimo nos mercados de ações nos Estados Unidos, reduzindo o peso dos cancelamentos de voos provocados pelo rápido avanço da variante ômicron no país.
O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores Brasileira, foi influenciado pelo desempenho positivo do mercado americano e fechou em alta de 0,63%, a 105.554 pontos, interrompendo uma sequência de duas quedas consecutivas. O dólar recuou 0,40%, a R$ 5,6330, após ter superado os R$ 5,70 na abertura do pregão.
Ações do setor varejista lideraram o pregão desta segunda na Bolsa. Diferente do ocorrido nos Estados Unidos, porém, o crescimento dos papéis de empresas ligadas ao comércio no Brasil não é resultado exclusivo da alta nas vendas domésticas de Natal.
"As ações de varejistas sobem, mas ainda parece ser um movimento técnico de correção e desmonte de posições vendidas frente as quedas agudas no mês", diz João Beck, economista e sócio da BRA.
As vendas do varejo no Natal cresceram 11,1% em relação a igual período do ano passado, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado, informou a empresa de meios de pagamento nesta segunda.
O crescimento foi impulsionado pelo varejo online, que avançou 38,6% enquanto nas lojas físicas houve crescimento de 8,8%.
As vendas de Natal nos shoppings cresceram 10% neste ano, já descontada a inflação, na comparação com a temporada de compras do ano passado, divulgou a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings) nesta segunda.
No balanço anual, os centros comerciais projetam encerrar 2021 com R$ 204 bilhões em vendas. A cifra representa um crescimento de 58% em relação a 2020. Na comparação com o resultado de 2019, porém, houve queda de 3,5%.
Nos Estados Unidos, as vendas no varejo no país aumentaram 8,5% durante a temporada de compras de fim de ano em 2021, de 1º de novembro a 24 de dezembro, impulsionadas por um boom do comércio eletrônico, mostrou um relatório da Mastercard Inc.
Referência do mercado americano por reunir 500 das principais empresas do país, o índice S&P 500 subiu 1,39% e alcançou a sua melhor pontuação histórica.
A Nasdaq, que reúne parcela importante das empresas ligadas ao comércio eletrônico, também subiu 1,39% e chegou perto de renovar a pontuação recorde, alcançada em novembro deste ano.
Índice acionário mais tradicional do país, o Dow Jones avançou 0,98%.
O volume de negociações nesta semana, porém, é inferior à média devido ao grande número de operadores ausentes.
Para analistas da Clear Corretora, isso revela um baixo interesse dos investidores em tomar posição e a irrelevância desta sessão da B3, a Bolsa brasileira, no rumo do mercado no curtíssimo prazo.
Já a análise do Wall Street Journal sobre o mercado americano nesta segunda afirma que esta é tradicionalmente "uma semana pouco frequentada, mas otimista".
Ações do setor de empresas do setor de saúde também foram positivamente impactadas por um estudo sul-africano publicado na revista científica Medrxiv.
A análise sugere que a ômicron tem chance de hospitalização até 70% menor em relação à variante delta. Se comparada com as primeiras cepas (Alfa, Beta e Gama), o percentual chega a 80%.
As ações da Magazine Luiza avançaram 9,35%, liderando as altas do pregão. Everton Medeiros, especialista da Valor Investimentos, diz que a alta reflete principalmente divulgação pela empresa da emissão de R$ 2 bilhões em debêntures. "Isso também puxou altas em todo o setor", disse.
A Via avançou 8%, ocupando a segunda maior alta do dia, seguida pela Qualicorp, que subiu 4,91%