Fundado em 11/10/2001
porto velho, quinta-feira 23 de janeiro de 2025
MUNDO: O cheiro de combustível de aviação enche o ar enquanto a aeronave supersônica F/A-18 Super Hornet se prepara para decolar. Seus motores estão ligados e o barulho está insuportavelmente alto no convés de voo do USS Harry S Truman.
Um diretor de voo do porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos gesticula em direção ao jato, dando o aval para um sistema semelhante a uma catapulta arremessar a aeronave em direção à borda de uma pista que parece incrivelmente curta.
Em segundos, ela está no ar e já quase fora de vista.
Este processo complexo é aquele que pilotos e tripulantes deste porta-aviões de Classe Nimitz – um emblema do poderio militar dos EUA – repetem várias vezes, com incrível precisão. E eles não se incomodam com as circunstâncias de sua presença no Mar Adriático, à medida que as tensões entre os EUA e a Rússia atingem o auge.
Esta é a primeira vez desde o fim da Guerra Fria que um grupo de ataque de porta-aviões, que inclui o USS Truman e outros cinco navios que o escoltam (e, pelo menos, mais um ou dois submarinos, cuja presença nunca é publicamente reconhecida) está sob o comando da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Esta é a primeira vez que trabalho com a Otan em um porta-aviões”, disse à CNN o piloto do caça F/A-18, tenente Alex Tidei.
“É a primeira vez para muitos de nossos pilotos – então tem sido uma ótima experiência”, acrescentou, aparentemente não afetado pelas tensões ao seu redor.
O USS Truman – que transporta 90 aeronaves, incluindo uma frota de F/A-18 – estava a caminho do Oriente Médio em meados de dezembro, mas o Pentágono decidiu mantê-lo na Europa quando as tensões começaram a aumentar.
O contra-almirante Curt Renshaw, comandante do Strike Group Eight, do qual o porta-aviões faz parte, disse à CNN: “Acho que isso envia uma mensagem aos aliados de que eles podem contar conosco. Estamos comprometidos com nossas alianças ou parcerias – nós somos capazes de operar imediatamente em qualquer lugar do mundo”.
Com o Truman perto da costa europeia, os jatos podem chegar à maior parte da Europa Oriental em menos de uma hora, e sua presença na região dá aos membros da Otan, como a Bulgária, Romênia e Polônia, garantias adicionais de segurança.
Embora o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenha dito que os EUA não intervirão militarmente, mas, sim, impor sanções econômicas se a Rússia invadir ainda mais a Ucrânia, ele decidiu reforçar suas capacidades de dissuasão na Europa.