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    porto velho, terça-feira 24 de junho de 2025

Petróleo vira termômetro da guerra no Leste Europeu e mostra que a febre está longe de passar

Conflito no Leste Europeu alterou produção, preços e comércio de algumas das commodities mais importantes do mundo


cnn

Publicada em: 24/08/2022 10:19:40 - Atualizado

O petróleo tem sido usado como um termômetro para entender os efeitos da asquerosa guerra na Ucrânia que completa seis meses. O sobe e desce das cotações passou a sinalizar uma face da percepção sobre o conflito que tirou a vida de milhares de pessoas e alterou a produção, preços e comércio de algumas das commodities mais importantes do mundo. Nesse termômetro econômico, a temperatura pode ter até baixado nas últimas semanas, mas a febre está, definitivamente, longe de passar.

Os primeiros dias da guerra foram como uma pá de cal na esperança de que, após quase dois anos da pandemia, o mundo poderia finalmente voltar a sonhar com um céu sem nuvens para a economia. O ataque dos russos em 24 de fevereiro gerou um verdadeiro tsunami de aversão ao risco somado ao temor de falta de produtos básicos em todo o mundo.

Então, o resultado veio com a disparada de preços. Primeiro, nos mercados internacionais. O pânico dos investidores levou o barril do petróleo a subir 30% em poucos dias e se aproximar de US$ 130. Curvas parecidas foram vistas no gás natural, trigo e fertilizantes, entre outros contratos. O temor era que, sem russos e ucranianos no comércio internacional, faltariam esses itens. O mercado entrou em parafuso.

Em poucos dias, tudo isso chegou à economia real. Foi a cereja de um bolo que tentava crescer com ingredientes que já tinham feito a receita desandar: Covid-19, cadeias de produção desestruturadas e falta de insumos manufaturados.

A disparada dos preços na economia gerou reação em cadeia dos bancos centrais. Juros em alta representam um balde de água fria no crescimento da economia e, assim, o fantasma da recessão voltou a assustar. Primeiro, nos Estados Unidos. Depois, na Europa.

Mal começou a ação dos bancos centrais e, exatamente por causa da inflação alta, a demanda passou a ratear. Empresas alemãs reduziram o uso de gás nas linhas de produção e, do outro lado do Atlântico, motoristas norte-americanos tiraram o pé do acelerador e a demanda por gasolina caiu para níveis pré-pandemia. Com o orçamento tomado por alimentos mais caros, o mundo rico passou a usar menos energia.


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