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    porto velho, segunda-feira 3 de fevereiro de 2025

BCE eleva taxa de juros da zona do euro em 0,75 pontos percentuais pela 1ª vez desde 1999

Autarquia iniciou um ciclo de alta de juros em junho, quando elevou a taxa de depósito em 0,5 p.p.


cnn

Publicada em: 08/09/2022 10:08:15 - Atualizado

MUNDO: O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (8) que elevou a taxa de depósito da zona do euro, a mais importante taxa de juros do grupo, em 0,75 ponto percentual, para 0,75%. É a primeira alta nessa magnitude desde 1999.

A autarquia iniciou um ciclo de alta de juros em julho, quando elevou a taxa de depósito em 0,5 p.p., retirando-a do território negativo e levando ao patamar de 0% ao ano, ante -0,5%.

A alta de 0,75 p.p. já era esperada pelo mercado, e foi a primeira desde que o euro efetivamente passou a ser empregado como moeda dos 19 países que compõem o grupo, a partir dos anos 2000.

As outras duas taxas da zona do euro, de refinanciamento e de empréstimo, também tiveram altas de 0,75 p.p., passando a valer, respectivamente, 1,25% e 1,5%.

No comunicado emitido após a decisão, o BCE afirmou que “este passo importante antecipa a transição do nível extremamente acomodatício prevalente das taxas de juro diretoras para níveis que assegurarão um regresso atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”.

Atualmente, a inflação na zona do euro atingiu níveis recordes. No acumulado de 12 meses encerrados em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu 9,1%.

A autarquia revisou suas expectativas para a inflação em 2022 e 2023, refletindo a piora no quadro inflacionário. Para 2022, o BCE espera que a inflação encerre em 8,1%, caindo para 5,5% em 2023 e 2,3% em 2024, todos os números acima da meta de 2%.

O BCE sinalizou ainda que deve realizar novas altas de juros nas próximas reuniões de política monetária, de modo a “atenuar a procura e prevenir o risco de uma persistente deslocação em sentido ascendente das expectativas de inflação”.

“O Conselho do BCE reavaliará regularmente a sua trajetória de política monetária, à luz da informação que for sendo disponibilizada e da evolução das perspectivas de inflação. As futuras decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro diretoras continuarão a depender dos dados”, destaca o comunicado.

Segundo o BCE, o cenário econômico para os próximos meses deve ser de estagnação no fim de 2022 e início de 2023, refletindo uma combinação dos efeitos da guerra na Ucrânia, problemas de oferta e os efeitos do ciclo de alta de juros.

De acordo com o banco central, “os especialistas esperam agora que a economia registre uma taxa de crescimento de 3,1% em 2022, 0,9% em 2023 e 1,9% em 2024”.


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