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    porto velho, quarta-feira 5 de fevereiro de 2025

Para sírios devastados em guerra, consequências do terremoto são “crise dentro da crise”

Na Síria, a maioria das vítimas estavam no Noroeste do país, predominantemente nas cidades de Aleppo, Hama, Latakia e Tartus


cnn

Publicada em: 07/02/2023 10:28:58 - Atualizado


MUNDO: Para muitas das vítimas sírias do devastador terremoto que atingiu a Turquia e a Síria na segunda-feira (6), esta é apenas a mais recente de uma série de tragédias ao longo de uma década.

O terremoto de magnitude 7,8 ocorreu nas primeiras horas, matando mais de 5.000 pessoas nos dois países e deixando milhares de feridos. Foi o terremoto mais forte registrado na Turquia em 84 anos.

Na Síria, a maioria das vítimas estavam no Noroeste do país, predominantemente nas cidades de Aleppo, Hama, Latakia e Tartus, segundo a agência de notícias estatal Sana.

Esta região já estava lutando para reconstruir a infraestrutura vital fortemente danificada pelo bombardeio aéreo contínuo durante a guerra civil do país, que as Nações Unidas (ONU) estimam ter ceifado 300 mil vidas desde 2011.

É uma “crise na crise”, disse El-Mostafa Benlamlih, residente da ONU e coordenador humanitário na Síria, à Christina Macfarlane da CNN na segunda-feira.

“A infraestrutura foi prejudicada pela situação, a guerra e assim por diante”, disse ele. “Essas cidades são cidades fantasmas… Muitas pessoas estão com muito medo. Elas não querem voltar para suas casas. Se é que podemos chamá-las de casas nesses casos. Às vezes são ruínas”.

Khalil Ashawi, um fotojornalista baseado na cidade de Jindiris, na província de Allepo, no Noroeste da Síria, disse à CNN que não havia testemunhado cenas tão “desastrosas” como a de segunda-feira nos dez anos que passou cobrindo a guerra lá.

“Em todos os anos em que cobri a guerra aqui, nunca vi nada parecido”, disse ele. “É um desastre. Paramédicos e bombeiros estão tentando ajudar, mas infelizmente há muito para eles lidarem. Eles não podem lidar com tudo”.

Seus pais, que moram na cidade turca de Antakya, estão desaparecidos, disse ele. Essa cidade também sofreu danos significativos.

Metade da população de 4,6 milhões do Noroeste da Síria foi forçada a deixar suas casas pelo conflito, com 1,7 milhão agora vivendo em tendas e campos de refugiados na região, de acordo com a agência das Nações Unidas para a infância (Unicef). No ano passado, a agência informou que 3,3 milhões de sírios na área estavam em situação de insegurança alimentar.

Várias partes do Noroeste da Síria, incluindo Idlib, ainda são controladas por rebeldes antigovernamentais.


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