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porto velho, sexta-feira 19 de dezembro de 2025

BRASIL - Os deputados federais do Partido Liberal (PL), Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira. Eles são investigados por desvio de recursos públicos de cotas parlamentares. Os agentes da PF cumpriram sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. Os celulares dos deputados estão entre os itens apreendidos. Segundo a Polícia Federal, mais de R4 400 mil em dinheiro foram encontrados em um dos endereços de Sóstenes, que é líder do PL na Câmara.
De acordo com as investigações, os dois são suspeitos de usar locadoras de veículos de fachada para desviar recursos da cota parlamentar, verba que os congressistas têm para custear o funcionamento de seus gabinetes. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.
Na decisão, Dino destaca que constam na representação da Polícia Federal informações sobre elevadas movimentações financeiras de vários investigados sem identificação da origem dos recursos. O magistrado cita como exemplo cerca de R$ 27 milhões de origem não identificada movimentados nas contas de investigados ligados aos dois deputados e ao PL.
A operação desta sexta-feira 19, é um desdobramento de uma ação anterior da PF, ocorrida em dezembro do ano passado, que investiga crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa e que teve como alvos, na época, assessores dos dois deputados. O deputado Sóstenes Cavalcante conversou com a imprensa no Salão Verde da Câmara dos Deputados sobre a operação e negou qualquer irregularidade.
Eu não tenho nada a temer e, por isso, estou aqui de cabeça erguida. Vendi um imóvel. O dinheiro, o imóvel me foi pago com dinheiro lícito, tá lacrado, tem a origem, as autoridades, em especial o ministro, é, autor da investigação, Flávio Dino, está tudo à sua disposição para todos os esclarecimentos, inclusive sobre esta venda. Os meus advogados contadores apresentarão toda a documentação para que fique provado a licitude de todo dinheiro.
Já o deputado Carlos Jordy se manifestou pelas redes sociais. Ele chamou a operação de perseguição implacável e lamentou o que tenha ocorrido no dia do aniversário da filha dele. Jordy disse ainda que recebeu em mãos o mandado de busca e apreensão e que a empresa que presta aluguel de carros para ele é a mesma desde o primeiro mandato e que outros deputados também utilizam o mesmo serviço.