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Após 21 dias, família enterra corpos de mãe e filho mortos em acidente no Natal

Francynne e Thauan Azevedo foram sepultados na segunda-feira


R7

Publicada em: 16/01/2018 15:07:35 - Atualizado

Depois de 21 dias aguardando identificação e liberação de corpos e emissão de certidão de óbito, a família de Francynne e Thauan Azevedo finalmente conseguiu sepultar os entes queridos. Mãe e filho morreram em um acidente na avenida Brasil, altura de Cordovil, no dia 25 de dezembro.

Os corpos demoraram a ser reconhecidos no IML (Instituto Médico Legal) devido ao alto grau de carbonização. No dia 10, as duas vítimas já haviam sido reconhecidas, mas o enterro não pode ser feito pois precisavam de uma ordem judicial para emitir a certidão de óbito.

Segundo o advogado Luiz Gullo, a certidão não pode ser tirada imediatamente após o reconhecimento dos corpos, pois já havia se passado mais de 15 dias da morte. A família deu entrada no documento no plantão judiciário e, com autorização da juíza, conseguiu ir ao cartório. O documento foi emitido na segunda-feira (15).

O sepultamento ocorreu no mesmo dia, mas a família não entrou em detalhes sobre a cerimônia. Nesta terça (16), Denis Mathias, irmão de Francynne, ainda estava pegando a documentação do enterro.

Identificação de corpos

O que provocou grande parte da demora no processo e gerou mais dor à família foi o reconhecimento dos corpos. O IML (Instituto Médico Legal) diz ter oferecido aos parentes a possibilidade de enterrar mãe e filho sem identificação; depois; eles recolheriam o material genético necessário para realizar o DNA. Desta forma, os corpos seriam sepultados, mas teriam uma certidão de óbito tardia.

A família se negou a enterrar as duas últimas vítimas do acidente — que matou também Edinaldo do Santos, marido de Francynne, e Eduarda do Carmo, afilhada dela — sem os nomes. Segundo Dênis, os familiares tinham nomes e não mereciam ser sepultados como “indigentes”.

— Minha irmã tem nome, então não acho justo ela ser enterrada como indigente, com uma plaquinha dizendo mulher, homem ou criança. Eu acredito que grande parte da identidade dela é o nome e o sobrenome.

O reconhecimento foi feito por meio do processo chamado de antropologia, em que são analisadas a arcada dentária e próteses no corpo. O DNA não foi realizado porque, segundo a Polícia Civil, os kits estavam em falta na época do acidente.

Acidente

Moradora de São Pedro da Aldeia, na região dos Lagos, Francynne passou o Natal no Rio, com a família do marido. Na volta para casa, já na noite do dia 25, um caminhão entrou na contramão, na avenida Brasil, e atingiu o carro onde a família estava. Os quatro corpos ficaram carbonizados.

Para a família, o motorista do caminhão pode ter se confundido com a faixa reversível, que estava ativa na hora da batida. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que não divulgou mais informações.


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