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Paciente diz ter sido abusada por ginecologista durante procedimento

Médico foi preso após três mulheres prestarem queixas na delegacia. Ele já foi condenado em 2015 por violação sexual mediante fraude, mas aguardava recurso em liberdade.


G1

Publicada em: 23/01/2018 15:15:36 - Atualizado

GOIÂNIA - Uma paciente do médico ginecologista Joaquim de Sousa Lima Neto, de 58 anos, conta que sofreu abuso sexual durante um procedimento de cauterização. Ela, que não quis se identificar, inicialmente, não teve coragem de contar aos familiares sobre o caso. “Foi totalmente humilhante para mim a forma como ele me tratou”, desabafou.

A mulher disse que, após o procedimento, o médico ainda tentou se justificar. “Ele falou: ‘tudo que eu te fiz foi para te ajudar’”, contou.

O ginecologista foi preso nesta terça-feira (23). Até o momento, três vítimas procuraram a delegacia. Segundo a Polícia Civil, o profissional já foi condenado por violação sexual mediante fraude de outras pacientes, em 2015, mas a defesa recorreu e ele continuou trabalhando e cometendo os abusos.

A paciente relatou ainda que teve receio de denunciar o caso inicialmente. “Eu pensava que era culpa minha. Eu falei: ‘Mas eu deixei’. Eu não deixei. Eu tinha medo, eu estava com medo dele. Eu não contei para a minha mãe com medo”, relatou.

Ela conta ainda que não conseguia conversar e nem comer direito após o abuso. Porém, decidiu contar para os familiares e para o namorado, além de denunciar o caso à polícia.

“Esse homem não pode atender mulher. Como médico, ele devia ser profissional. Ele abusou totalmente e ele tem que ser punido por isso. Só quero que ele pague realmente pelo que ele fez e que se tiverem outras pessoas, que denunciem ele também”, completou.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que “dará celeridade à apuração de tais fatos em razão da gravidade do que já foi divulgado”. A entidade aguarda a documentação necessária sobre o caso para tomar as providências cabíveis.

Investigação

De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes, titular da Delegacia da Mulher, o ginecologista submetia às vítimas à prática de atos libidinosos enquanto realizava os exames. Em um dos casos, segundo ela, o médico chegou a praticar sexo oral em uma paciente.

“Nós representamos pela prisão dele depois que três vítimas procuraram a delegacia. Elas relataram que o profissional utilizava o momento do exame de toque para abusar das vítimas, seja por meio de masturbação, falando coisas de cunho sexual, chegando a audácia de praticar sexo oral em uma delas”, contou a delegada ao G1.

A delegada afirma que, apesar de já ter sido condenado pela mesma prática em 2015, o homem nunca havia sido preso.

“Em 2014 a nossa delegacia apurou a denúncia de uma paciente que foi vítima da mesma forma de abuso. Ele chegou a ser condenado em 2015, mas a defesa do médico recorreu e ele nunca tinha sido preso. Agora, com o surgimento destes três novos casos, mesmo o processo anterior ainda estando em curso, pedimos pela prisão”, explicou Ana Elisa.


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