• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, quarta-feira 10 de setembro de 2025

Golpe da carta contemplada fez mais de cem vítimas na capital segundo DECCON

Ação dos criminosos que aposta na publicidade enganosa para convencer as vítimas.


Rondonotícias

Publicada em: 26/04/2022 18:19:43 - Atualizado


PORTO VELHO-As condições para a compra são tentadoras, um consórcio com bom preço e entrega quase imediata. Mas a realidade é bem diferente para mais de cem de pessoas que viram o sonho do automóvel e da casa própria desmoronar em Porto Velho.

A delegada de Polícia Civil, Noelle Caroline Xavier Ribas Leite, da Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor (DECCON), em reportagem exclusiva ao Rondonotícias, detalhou a ação dos criminosos que apostam na publicidade enganosa para convencer as vítimas.

De acordo com a delegada, a ação dos estelionatários tem início através de publicações em redes sociais em sites de compra e venda, com preços extremamente abaixo da média, que induz o consumidor a fechar um negócio com a garantia da entrega do bem em até 48 horas. Mas só depois que formalizavam os contratos, descobriam que haviam sido enganados e não conseguiam adquirir o bem que fora prometido e propagandeado

“A publicidade chama a atenção do consumidor para um negócio extremante vantajoso, que tomado pela emoção e facilidade da conquista e da oferta, vão as empresas e acabam assinando o contrato sem ao menos ler. Outros assinam mesmo estando constando no documento de se trata de um consórcio e que ele não será contemplado. Decorrido o prazo de 48 horas quando não recebem o dinheiro é que as vítimas se dão conta que caíram no golpe da publicidade enganosa. O consórcio não dá garantia de que se recebe o bem imediatamente”, orientou.

A delegada explica que, no artigo 67, do Código de Defesa do Consumidor, prevê o crime com pena de detenção de três meses a um ano e multa. Além disso, o artigo também define que é considerado crime de publicidade enganosa quando algo ou alguém induz a erro o consumidor por falsear ou omitir a verdade, ocasionando grandes prejuízos.

“É preciso saber diferenciar consórcio de financiamento. Não existe modalidade de consórcio premiado ou reembolsado em 48 horas ou um mês. Isso não é real. Para quem precisa comprar uma casa, imóveis, máquinas pesadas e pedir créditos recomendo que devam ir em lojas credenciadas”, avaliou a delegada.

Noelle comenta, que historicamente os golpes tem se propagado com intensidade por conta do período de pós –pandemia e que isso é descrito por economistas e cientistas políticos desde 1929 citando exemplo da crise da bolsa de valores em Nova York.

Ela ressalta que muitas pessoas tiveram dano financeiro gigantesco e estão ávidas por recuperar o prejuízo, seja ela pessoa jurídica ou físicas. Outro ponto alavancado é que muitas pessoas querem economizar tempo e estão na ânsia de correr atrás do que não fez em dois anos em que ficaram paradas.

“É um misto emocionalmente falando de correr atrás do prejuízo, de levar uma vantagem e de conquistar o que não conquistou e isso é uma receita que leva inúmeras pessoas ao prejuízo material e significativo”.

O número de instituições financeiras visitados pela polícia, não foi informado mais ao comentar sobre a operação que aconteceu, em parceria com o Programa de Orientação, Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), a delegada afirma que pelo menos 10 vendedores irão responder pelo crime. Outra afirmação é de que as empresas de consórcio estariam trocando apenas no nome fantasia, porém continuavam a atuar com a mesma conduta e prática

“Ao comprar bens de alto valor deve ser fazer com paciência, planejamento, calma e muita paciência para não cair em golpe e sofrer um grande prejuízo. Caso você tenha sido vítima desse golpe é só comparecer na delegacia de polícia ou denunciar pelo número 197”.

VÍTIMAS

As vítimas do golpe do 'falso consórcio' continuam aparecendo na delegacia para denunciar o estelionato cometido pelo grupo. Nossa reportagem, conversou com uma vendedora que não quis se identificar que comprou uma das cartas de crédito de consórcio da casa própria. Ela teve um prejuízo de aproximadamente R$ 32.000.00.

A mulher que tem um filho autista, detalhou que a chance de sair do aluguel veio pela internet. “A propaganda era perfeita pelas redes sociais. Não dá para saber se é verdadeiro ou não e que aquilo seria ilegal e por isso entrei em contato com a empresa. A proposta era ideal. Só depois de 15 dias que percebi que cai no golpe do auto financiamento que não existiu o que fizeram foi um consorcio com um boleto de mais de R$2 mil reais mensais”.



Fale conosco