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porto velho, sábado 24 de maio de 2025
BRASIL - O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) vai investigar o envio de informações sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os dados partiram da própria pasta entre os dias 6 e 13 de março deste ano e envolvem agendas e compromissos do petista dentro e fora do país.
Os militares envolvidos no episódio foram afastados do trabalho e serão desligados da Presidência da República, afirma em comunicado a pasta, chefiada pelo general Marcos Antônio Amaro dos Santos. As mensagens estavam na lixeira do email de Cid, que não apagou as mensagens de forma definitiva.
Cid recebeu informações sobre a segurança de Lula em eventos em Brasília (DF), Foz do Iguaçu (PR) e Boa Vista (RR), além de Pequim e Xangai, na China. Os emails foram enviados por Márcio Alex (Exército), Dione Jefferson Freire e Rogério Dias Souza, ambos da Marinha. Os militares já trabalhavam no GSI durante a gestão de Bolsonaro.
Na época em que recebeu as informações de Lula, Cid e o ex-presidente estavam nos Estados Unidos. Bolsonaro deixou o Brasil ainda em dezembro, antes de passar a faixa presidencial ao petista. As trocas de mensagens do ex-ajudante de ordens têm sido objeto de investigação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
Mensagens de email em posse da comissão mostram que Cid tentou, inclusive, vender um relógio da marca de luxo Rolex, recebido por Bolsonaro em viagem oficial à Arábia Saudita. Diante das revelações, parlamentares levantam a possibilidade de uma nova convocação do ex-ajudante de ordens ao colegiado do Congresso Nacional.
A reportagem tenta contato com Cid. O espaço está aberto para manifestação.