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porto velho, terça-feira 20 de maio de 2025
PORTO VELHO-RO: Na quarta-feira (13) a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4438/23 que promoveu diversas alterações na Legislação Eleitoral que passam a vale nas eleições municipais de 2024.
Baseada de “Mini Reforma Eleitoral”, esse projeto foi colocado em urgência no plenário, passando à frente das outras pautas que tramitam na Casa de Leis.
Entre os oito deputados da bancada de Rondônia, seis votaram a favor, Maurício Carvalho (UNIÃO), Silvia Cristina (PL), Cristiane Lopes (UNIÃO), Thiago Flores (MDB) e Lebrão (UNIÃO) e Fernando Máximo (UNIÃO).
Os deputados Lúcio Mosquini (MDB) e Coronel Chrisóstomo (PL) não participaram da votação.
Críticas ao projeto:
O texto da reforma traz diversas mudanças, como o enxugamento do tempo de inelegibilidade do político condenado, proibição de sanção que implique na suspensão de repasses de recursos no semestre da eleição e mudanças na distribuição das vagas de sobra nos parlamentos.
A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) criticou em nota oficial as mudanças para a entidade, as modificações provocarão “graves retrocessos na legislação eleitoral”.
Veja nota:
A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO – CONAMP, entidade de classe que representa mais de 16 (dezesseis) mil associados membros dos Ministérios Públicos dos Estados, Distrito Federal e Territórios e Militar, vem a público manifestar preocupação e contrariedade aos pontos dos projetos de Lei da Minirreforma Eleitoral, bem como da PEC 09/2023, que representam graves retrocessos na legislação eleitoral.
Com efeito, no bojo das referidas propostas legislativas há claro enfraquecimento no combate à fraude na cota de gênero, exigindo-se requisitos cumulativos para o reconhecimento do ilícito, bem como imposição de sanções mais brandas. Exclui as candidaturas negras dos critérios de distribuição de recursos do Fundo Partidário e do tempo no horário eleitoral gratuito.
Concede anistia total aos partidos que não destinaram os valores mínimos em razão das candidaturas negras, bem como àqueles que não repassaram o acréscimo proporcional ao mínimo de 30% para as candidaturas femininas nas eleições 2022.
Reserva para candidaturas negras apenas 20% dos recursos públicos para as campanhas, independentemente da porcentagem de candidaturas negras do partido, bem como deixa a critério dos partidos a aplicação deste recurso público nas circunscrições que melhor atendam as diretrizes e estratégias partidárias.
Torna mais branda a sanção pela captação ilícita de sufrágio, ou seja, pela compra de votos, possibilitando a sanção do ilícito apenas com a pena multa sem a cassação do registro ou diploma do candidato, conforme a gravidade do caso.
Enfraquece diversos pontos de transparência e controle dos recursos públicos repassados aos partidos nas prestações de contas anual e de campanha, bem como dificulta a imposição de sanções aos partidos que cometem irregularidades.
Reduz a contagem dos prazos de inelegibilidade previstos na Lei na Ficha Limpa, inclusive para os condenados por crimes graves e condenados por improbidade administrativa. Ademais, restringe sensivelmente a possibilidade de incidência da inelegibilidade por improbidade administrativa e nas hipóteses de rejeição de contas de agentes públicos.
Assim, sem prejuízo da necessidade de ajustes pontuais na legislação eleitoral, constata-se que as propostas apresentam profundas mudanças em conquistas já consolidadas, motivo pelo qual a CONAMP manifesta preocupação e contrariedade à aprovação de pontos que representem graves retrocessos na legislação eleitoral.