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porto velho, domingo 14 de setembro de 2025
O PSD foi o partido que levou mais prefeituras, um total de 887. Entre as capitais, ganhou a eleição para Prefeitura no Rio de Janeiro com Eduardo Paes, em Belo Horizonte com Fuad Noman, São Luís com Eduardo Braide, e em Curitiba com Eduardo Pimentel.
Em segundo lugar está o pelo MDB, com 854, o que inclui São Paulo, com a reeleição de Ricardo Nunes, e Porto Alegre, com a reeleição de Sebastião Melo.
O PL de Bolsonaro elegeu quatro prefeitos em capitais, no melhor resultado desde o surgimento do partido. Foram dois no primeiro turno e dois no segundo turno. O partido do ex-presidente vai governar João Pessoa com JHC, Rio Branco com Tião Bocalom, Aracaju com Emília Corrêa e Cuiabá com Abílio Brunini.
O PT ganhou apenas a prefeitura de uma capital, Fortaleza. Evandro Leitão foi eleito prefeito da capital cearense com 50,38% dos votos válidos, contra o candidato André Fernandes, do PL. A diferença foi de apenas 0,76%. Apesar do resultado fraco, houve uma melhora para a performance do PT, que não vencia em capitais desde 2016.
"O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que eleição é uma vitória da direita, mas são várias 'direitas' dentro da direita. O campo conservador é o vitorioso mas com uma pitada de pragmatismo."
"A direita sai empoderada e há o reconhecimento disso pelo lado da esquerda e do PT. Eu conversei com José Dirceu, que é uma das principais lideranças do PT, e disse que 'o resultado empodera a direita do ponto de vista psicológico para as eleições 2026'. É uma direita fortalecida, organizada e ampliada. Tem muitas opções de nomes em São Paulo e Goiás, muitas lideranças."
Avanço da direita no Nordeste
Segundo analistas um "crescimento vertiginoso da direita no Nordeste", região onde o presidente Lula sempre teve muita força. "No Nordeste, vemos um crescimento vertiginoso da direita. A esquerda só consegue fazer duas capitais [nessas eleições]: Fortaleza, com muita dificuldade, com Evandro Leitão, do PT, e Recife, no primeiro turno, com João Campos, do PSB. Todo o restante do mapa vai para a direita na região."
"O centro, a centro-direita e a direita fazem a maior parte das capitais brasileiras e das cidades. Isso levando em conta a extrema direita que Bolsonaro tentou concorrer em várias capitais, mas não conseguiu [eleger candidatos]. Esse discurso radical assustou o eleitor no segundo turno. Bolsonaro levou uma rejeição aos candidatos que apoiou. Esse é um alerta para a extrema direita: onde a direita e a centro-direita deram certo foi onde o candidato conseguiu levar um discurso mais moderado."
Falta de renovação da esquerda
Ao mesmo tempo, o comentarista diz que o governo Lula precisa deixar de ser um "governo de cabeças brancas" e parar de ficar falando apenas do passado.
"A esquerda precisa de uma mensagem para esse novo mundo. Não está mais encantando o eleitor a luta de classes, do explorado contra o burguês. O explorado quer ser o buguês, quer subir de vida, quer ter prosperidade. Esse eleitor não acredita no Estado e não quer pagar imposto...Aquele discurso da década de 1980, de que o PT vem pra defender o explorado do capitalismo, não funciona mais."