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porto velho, terça-feira 5 de novembro de 2024
PORTO VELHO-RO: A ascensão do bolsonarismo nas eleições de 2024 deixou o Partido dos Trabalhadores (PT) ainda mais fragilizado em Rondônia, aprofundando o declínio da sigla no estado. Nas urnas, o partido enfrentou um cenário crítico, sem conseguir eleger prefeitos ou vice-prefeitos e conquistando apenas seis vagas de vereador no interior. Este desempenho preocupa a legenda do presidente Lula, que não apresenta sinais de recuperação consistente desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, sobretudo em disputas regionais.
O PT, que já teve forte presença em Rondônia com líderes como a ex-senadora Fátima Cleide, os ex-deputados federais Anselmo de Jesus e Eduardo Valverde e o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, observa hoje um enfraquecimento de sua influência. Em tempos passados, a legenda conquistou simultaneamente quatro cadeiras na Câmara Municipal de Porto Velho, três vagas na Assembleia Legislativa do estado e chegou a administrar seis prefeituras no interior rondoniense. No entanto, o avanço do bolsonarismo mudou essa dinâmica, deixando o partido da esquerda em uma posição de defensiva.
A capacidade do bolsonarismo de manter sua força em Rondônia e em outras partes do país revela uma dificuldade da esquerda em adaptar suas estratégias ao novo cenário político. Desde 2018, os métodos para conter esse movimento conservador têm tido pouco efeito. Para muitos analistas, caso o PT e seus aliados de esquerda não realizem uma renovação significativa, capacitando novas lideranças para competir nas principais disputas eleitorais, o partido pode enfrentar uma crise ainda mais profunda nas próximas eleições, em 2026.
Com o aumento da polarização política, o futuro do PT e da esquerda depende de um realinhamento estratégico que possa se conectar com as prioridades do eleitorado atual. Em Rondônia, o fortalecimento do bolsonarismo serve como um alerta sobre a necessidade urgente de reformular lideranças e estabelecer novas estratégias para reconquistar espaço e recuperar a relevância política na região e no Brasil.