PORTO VELHO – RO - A recente iniciativa do senador Marcos Rogério, presidente da comissão de infraestrutura do Senado, de promover audiências públicas sobre a concessão da Rodovia Marechal Rondon, nossa BR-364, após o leilão, é um exemplo flagrante de negligência política. Esta medida, embora aparente interesse em dialogar com os principais polos regionais de Rondônia, revela-se tardia e ineficaz, um verdadeiro descompasso com as necessidades imediatas do estado.

O descontentamento da população rondoniense, bem como dos setores do agronegócio e das entidades representativas, era notório e amplamente divulgado antes da realização do leilão. A concessão da rodovia, considerada vital para a logística e o desenvolvimento econômico regional, foi conduzida de maneira que muitos consideram prejudicial aos interesses de Rondônia. No entanto, a bancada federal, com Marcos Rogério à frente, optou por esperar o encerramento do leilão para então iniciar um diálogo – uma estratégia que muitos veem como uma forma de evitar confrontos reais sobre os problemas da concessão antes que estes se tornassem irreversíveis.

Esse tipo de atitude ilustra uma desconexão preocupante entre nossos representantes eleitos e as urgências do estado que deveriam servir. A falta de ação proativa e a hesitação em abordar questões críticas em tempo hábil sugerem não apenas uma falha de comunicação, mas também uma falta de vontade política para defender genuinamente os interesses rondonienses. Esperava-se que, na sua posição influente, o senador Marcos Rogério liderasse discussões e intervenções antes que decisões irreversíveis fossem tomadas, não que agisse como um observador passivo, reagindo apenas post factum.

As futuras audiências, embora necessárias, agora parecem pouco mais do que exercícios formais de fachada, realizadas mais para apaziguar críticas do que para efetuar mudanças significativas. Isso não apenas frustra os cidadãos que são diretamente afetados pelas decisões tomadas, mas também diminui a confiança no processo político, alimentando o ciclo de desilusão e desengajamento com nossa classe política.

O caso da BR-364 deve servir como um chamado à ação para todos os políticos de Rondônia, mostrando que a responsabilidade para com o público deve ser exercida não apenas com palavras, mas com ações oportunas e decisivas.

A postura do senador Marcos Rogério nesse episódio será, sem dúvida, lembrada pelos eleitores no futuro, como um exemplo de como não agir frente às necessidades prementes do estado.