Porto Velho — A tensão política tomou conta nessa semana, durante uma sessão recente na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO), quando um debate entre os deputados Rodrigo Camargo (PL) e Cláudia de Jesus (PT) escalou para uma acalorada troca de acusações. O motivo do confronto foi o cancelamento da visita do presidente Lula ao estado, em razão de sua viagem a Roma para o funeral do Papa Francisco.

Durante sua fala, Cláudia lamentava a suspensão da agenda presidencial, mas foi interrompida por críticas ácidas de Camargo, que aproveitou o momento para disparar ataques ao Partido dos Trabalhadores e ao presidente da República. A deputada não escondeu a indignação, acusando o colega de ofendê-la pessoalmente e afirmando que ele só adotava tal postura por ela ser mulher. Ela também exigiu respeito ao seu partido.

Rodrigo Camargo, em resposta, reforçou que suas declarações foram dirigidas ao PT e a Lula, negando qualquer ofensa pessoal contra a parlamentar. Com tom de voz alterado, o deputado questionou como seria possível respeitar uma legenda envolvida em escândalos nacionais:

"A senhora exige respeito. Mas como respeitar o partido do Mensalão, do Petrolão, da Lava Jato, do Impeachment da Dilma, dos Sanguessugas, do Triplex no Guarujá e do Sítio de Atibaia?", provocou.

O episódio evidenciou mais uma vez o clima de polarização que domina os debates políticos em Rondônia, refletindo a divisão que se vê em todo o país.

Nos corredores da Assembleia, parlamentares demonstraram preocupação com a elevação do tom e a possibilidade de novos confrontos nos próximos debates. Até o momento, a Mesa Diretora não sinalizou nenhuma medida formal em relação ao episódio.

O embate serviu para mostrar que, no cenário atual, qualquer divergência pode rapidamente se transformar em batalha ideológica aberta.

O assunto marcou a semana na Casa de Leis e analistas acham que o embate ideológico de ambos está longe de acabar.